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Filme recuperado após décadas mostra radicalidade do trabalho de Rosemberg

02/06/14 às 11:08
Filme recuperado após décadas mostra radicalidade do trabalho de Rosemberg

Só se ouvia o barulho do projetor digital do Cine Vila Rica na sessão deste domingo (1º) do filme Imagens, de Luiz Rosemberg Filho. Realizada em 1972, a obra, como o próprio nome sugere, não apresenta nenhum tipo de som em seus 52 minutos. De acordo com Rosemberg, “a ideia era fazer um trabalho que dialogasse com outros tipos de artes”.

O média-metragem era dado como perdido até recentemente, quando foi encontrado na França através de uma busca iniciada pela Universo Produção, organizadora da 9ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, e pelo curador da temática Preservação do evento, Hernani Heffner.

Realizado em um período em que o Brasil era governado por uma Ditadura Militar, o filme é uma afronta aos mais diversos tipos de repressão daquele período. A opção pela ausência de som já denota a falta de liberdade de expressão à qual os artistas estavam submetidos no período.

Dedicado a Glauber Rocha, Imagens começa e termina da mesma forma: o próprio Rosemberg, em uma praia, tem a boca fechada por uma fita enquanto o sangue se espalha por seu corpo. É uma obra muito ligada ao seu período histórico, provavelmente a mais radical da carreira do cineasta, que é um dos homenageados da 9ª CineOP.

Também no domingo, outros dois filmes de Rosemberg foram exibidos: A$suntina das Amérikas e O Santo e a Vedete. Na Mostrinha de Cinema, voltada ao público infantil, foi exibida a animação O Menino e o Mundo, de Alê Abreu (leia entrevista com o diretor aqui e aqui).

Houve ainda uma sessão de curtas contemporâneos, a apresentação de um documentário restaurado sobre São José do Rio Preto, a exibição do documentário Cidade de Deus- 10 Anos Depois, de Cavi Borges e Luciano Vidigal, na Praça Tiradentes, e, para fechar o dia, os novos médias-metragens dos veteranos Helena Ignez (Poder dos Afetos) e Andrea Tonacci (Já Visto Jamais Visto).

A 9ª CineOP chega ao fim nesta segunda-feira. O filme de encerramento do evento mineiro será Plano B, de Getsemane Silva, que conta a história de uma obra do Cinema Novo que revelava os subúrbios pobres de Brasília e foi proibida pelos seus próprios patrocinadores.

 

* O repórter viajou a convite da 9ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto

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