Termo que pode ser utilizado para enquadrar diversas manifestações artísticas, da literatura e da música às artes visuais e ao cinema, o Afrofuturismo ainda é pouco conhecido no Brasil; a própria ideia dele como um movimento não é uma unanimidade entre os estudiosos do tema.
Para apresentar filmes que dialogam com essa corrente e debater as suas nuances conceituais, o Caixa Belas Artes recebe de 19 de novembro a 2 de dezembro a Mostra Afrofuturismo: Cinema e Música em uma Diáspora Intergaláctica, que vai exibir 21 filmes, entre longas e curtas-metragens.
“(Os filmes têm) como ponto em comum uma narrativa alternativa e fantástica para as experiências das populações negras no passado, no presente e no futuro. Nesse processo as obras misturam e são influenciadas por elementos da ficção científica, do hiper-realismo, da fantasia e das diversas mitologias de origem africana”, explica a curadora Kênia Freitas.
Entre os trabalhos escolhidos estão dois longas (Branco Sai, Preto Fica, de Adirley Queirós; e Bom Dia, Eternidade, de Rogério de Moura) e quatro curtas-metragens brasileiros (Beatitude, de Délio Freire; Quintal, de André Novais Oliveira; Rapsódia para um Homem Negro, de Gabriel Martins; Yansan, de Carlos Eduardo Nogueira), além de trabalhos de diferentes épocas vindos dos EUA, Reino Unido, Etiópia, Nigéria e Quênia.
Em entrevista por e-mail ao Cine Festivais, Kênia Freitas falou sobre as diversas questões que envolvem a Mostra Afrofuturismo e apontou os destaques da programação.
CF: Qual é a melhor definição para o termo Afrofuturismo?
KF: O termo designa um movimento estético, político e crítico plural e multifacetado, tendo como ponto em comum uma narrativa alternativa e fantástica para as experiências das populações negras no passado, no presente e no futuro. Nesse processo as obras misturam e são influenciadas por elementos da ficção científica, do hiper-realismo, da fantasia, das diversas mitologias de origem africana… É a partir dessa definição que estamos propondo a mostra.
Mas os pontos de vista são diversos sobre o tema e estamos tentando trazer também esses outros olhares que podem complementar, questionar e enriquecer essa definição inicial. Assim, teremos a distribuição de um catálogo, com a tradução de alguns textos seminais na discussão do tema, e também textos inéditos.
E no dia 28 de novembro, sábado, às 18h30, teremos a realização de um debate que apresentará o tema a partir da sua transdisciplinaridade: no cinema, na música, na literatura e nas artes visuais. Os palestrantes irão discutir as formas como os artistas e ativistas brasileiros dialogam com a estética e o conceito do Afrofuturismo.
Participam do bate-papo: Carlos Calenti (Jornalista e Pesquisador), Leila Negalaize Lopes (Ativista, Coletivo Egrégora Afrofuturista, Panela De Expresao Delivery) e Viny Rodrigues (Sociólogo, Coletivo Sistema Negro). São perfis diferentes entre si e com perspectivas variadas sobre o tema. Mais do que fechar uma definição, a ideia é somar os diversos pontos de vistas e possibilidades de criação do movimento.
Cine Festivais: O Afrofuturismo, não só no cinema, mas nas suas diversas manifestações artísticas, me parece ainda pouco conhecido no Brasil. A que você atribui isso, como você tomou contato com o tema e como se deu o processo de criação conceitual e de escolha dos filmes dessa mostra?
Kênia Freitas: De fato, é ainda um tema pouco conhecido no Brasil, mas uma das surpresas que tive ao começar a tocar o projeto de curadoria da mostra foi a quantidade de pessoas em regiões diferentes que estavam pesquisando ou interessadas no movimento. Em Belém, em Fortaleza, no Rio, em Brasília, foram muitas manifestações de identificação e de entusiasmo com o tema. Então, talvez o que ainda ocorra por aqui seja uma pulverização grande em torno da questão.
Um outro aspecto é que, apesar de podermos citar vários afrofuturistas de vanguarda, a terminologia, e sobretudo a apropriação por artistas, pesquisadores e ativistas negros sobre o tema é bastante recente mundialmente. Eu acredito que essa apropriação está diretamente ligada aos novos movimentos políticos das comunidades negras globais – tendo o #Blacklivesmatter (movimento da sociedade civil organizada contra a violência policial com a população negra nos EUA) como exemplo de maior visibilidade.
O que ficou evidente é que essa nova onda de protestos e a sua organização em rede não ficou restrita aos eventos americanos pontuais, mas foi fundamental para construir e fortalecer toda uma rede de contatos entre militantes, artistas e intelectuais negros de todo o mundo. É a partir disso que se consolidam redes como o Black Twitter (Twitter Negro), constituídas de perfis de afrodescendentes de todo o mundo. O Afrofuturismo reaparece como um potencial de criação e resistência para as narrativas negras.
Eu tomei conhecimento sobre o tema principalmente acompanhando e seguindo esses espaços de discussão de alguns perfis do Black Twitter. A primeira vez, era uma discussão mais diretamente relacionada à música eletrônica – sobre a maneira com a qual o techno de Detroit misturava elementos da cidade, como um parque industrial abandonado (um cenário pós-apocalíptico), com a criação de uma música que apontava para um futuro distópico ou imaginando futuros extra-terrenos para a sua população.
Essa ideia de partir de presentes em que os negros encontram-se em condições de pobreza, discriminação e violência estatal para imaginar futuros fantásticos e subversivos foi o que me encantou no tema, pois é uma confluência muito potente entre arte e política. E foi a partir dela que eu comecei a pensar a escolha dos filmes.
CF: A designação Afrofuturismo surgiu pela primeira vez nos anos 90, através do teórico Mark Dery. Imagino que a maior parte dos diretores presentes na mostra não denominou seus filmes como afrofuturistas na época de lançamento. Você acha que “movimento” é a melhor palavra para enquadrar o Afrofuturismo? Este termo não pressupõe características de uma corrente de pensamento mais orgânica?
KF: Entendo a questão, mas na verdade penso em movimento (em relação ao Afrofuturismo) não como algo que se caracterize por uma corrente orgânica de pensamento, mas sim por algo pelo qual perpassa uma agitação política e estética em comum. Nesse sentido, acredito que podemos falar do Afrofuturismo como um movimento, apesar das características múltiplas que o perpassam.
Quantos aos filmes da mostra, acho importante separar de uma parte os que são afrofuturistas por suas narrativas e características estéticas (Bem vindo ao Terrordome, Crumbs, Uma supersimplificação da sua beleza, Afronautas, Pumzi) e de outra os que falam sobre artistas afrofuturistas, como os dois filmes com o Sun Ra (Space is the place e Joyful Noise), o filme sobre o Lee “Scratch” Perry, o Ornette (sobre o Coleman) e o sobre o Samuel R. Delany.
No primeiro grupo, havendo ou não identificação direta dos diretores com o Afrofuturismo como movimento, acredito que eles tragam em si essa agitação política e estética (da imaginação de futuros, presentes e passados fantásticos para os seus personagens negros), ainda que a denominação não existisse na época do seu lançamento.
No segundo, essa agitação do movimento já estava presente nos artistas que os filmes apresentam. Nesse caso, são esses artistas que influenciaram e geraram os embriões para que o movimento afrofuturista viesse a existir. São as suas genealogias.
Claro que essa concepção de Afrofuturismo como movimento não é unânime – e não me parece que precise ser. O que eu tentei buscar na escolha de filmes, mais do que uma uniformidade, foi uma pluralidade de interpretações e leituras sobre um tema que me parece tão amplo.
CF: Muitos filmes da programação da mostra vêm dos EUA, e todos eles foram feitos a partir dos anos 70, época em que conquistas de direitos civis pelos negros já haviam sido obtidas, mas na qual ainda havia movimentos representativos de luta nessa área, como os Panteras Negras e o Black Power. Como este contexto influenciou a produção de filmes e outras obras artísticas? De que maneira os filmes escolhidos para a mostra retratam essa efervescência de modo direto e indireto? Que relações há entre o Afrofuturismo e o Blaxpoitation?
KF: É sempre importante lembrar que o cinema clássico narrativo norte-americano tem seu marco inicial justamente com O Nascimento de Uma Nação, realizado por D.W. Griffith em 1915, um filme que enaltece a ação da Ku Klux Klan e em que os personagens negros caricaturados são representados por atores brancos com o rosto pintado. Foi necessário quase meio século para que houvesse consideráveis conquistas na representação negra no cinema hollywoodiano.
E, nesse sentido, os anos 1960 trazem o grande apogeu das lutas pelos direitos iguais entre brancos e negros nos EUA e a década seguinte representa uma guinada significativa da representação, com o cinema de blaxploitation se firmando como extremamente popular. Há obviamente uma ligação direta entre os dois momentos: as conquistas dos direitos e o início de uma maior representação negra na frente das telas.
Nos filmes escolhidos para a mostra, a relação mais direta dessas influências se dá em Space is the Place, de John Coney (1974). O filme, um misto de autoencenação, blaxploitation e ficção científica, narra a trajetória do viajante interplanetário Sun Ra e sua “arkestra” na tentativa de resgatar os negros norte-americanos de sua condição marginalizada no planeta Terra.
No filme, há um discurso muito potente feito por Sun Ra ao se apresentar aos jovens negros: “Eu não sou real. Eu sou igual a vocês. Vocês não existem nessa sociedade. Se vocês existissem, o seu povo não estaria lutando por direitos iguais. Vocês não são reais; se vocês fossem, vocês teriam algum status entre as nações desse mundo. Então somos ambos mitos. Eu não venho até vocês como realidade. Eu venho como mito, porque é isso que as pessoas negras são: mitos”.
Nesse ponto do filme, o Afrofuturismo de Sun Ra está falando diretamente para a sua época, para essa jovem geração que é a primeira herdeira das lutas dos anos 1960. E, apesar das conquistas e das lutas, Ra aponta para a necessidade de mais, para um futuro alternativo e intergaláctico. O jazzista encarna – nesse caso, tanto no filme como na vida performática – a criação do seu próprio mito e da sua autofabulação como potência criativa e libertária. E reforça o questionamento de qual o lugar do herói negro no cinema americano.
É muito curioso que isso tudo aconteça justamente em um filme com grande influência estética do blaxploitation – já que o gênero, ao mesmo tempo que representou esse momento importante de virada com a escalação de elencos quase exclusivamente negros pela primeira vez no cinema norte-americano, não deixa de ser controverso devido à perpetuação dos estereótipos dos seus personagens negros.
Até onde pesquisei, esse é um dos poucos momentos em que as estéticas (do blaxploitation e do Afrofuturismo) se encontram, e para mim esse encontro tem muito a ver com essa figura catalisadora de referências que foi o Sun Ra – e também com o próprio processo de criação fragmentada da narrativa, uma parte criada por Ra e outra pelo diretor e montadores, com o intuito de finalizar o projeto.
CF: Todos os filmes brasileiros escolhidos para constar na mostra foram feitos de 2000 para cá. Esta escolha se deu pela facilidade em encontrar obras recentes, ou realmente é difícil encontrar trabalhos nacionais de outras décadas que se relacionem com este grupo? Comente sobre a importância desses filmes recentes.
KF: Essa escolha foi bastante orgânica. Claro que o cinema negro nacional possui os seus nomes fundamentais, precursores e potentes em propor narrativas alternativas para a experiência negra. Para ficarmos em apenas um exemplo, acredito que Alma no Olho, do Zózimo Bulbul, seja um belo exemplar de filme afrofuturista de vanguarda (ou seja, que se relaciona diretamente com a estética do movimento que veio a se constituir anos depois do seu lançamento). O filme é essa metáfora performática e musical sobre a escravidão e a busca da liberdade – ou seja, vai construir essa perspectiva alternativa de narrativa sobre o passado da população negra.
Mas o fato é que essa relação nas obras mais recentes me pareceu mais direta e urgente. Branco Sai, Preto Fica, do Adirley Queirós, é um dos grandes filmes programados na mostra. O cinema do Adirley passeia em estéticas diversas, mas sempre traz essa releitura das narrativas periféricas. Mais do que releitura, ele trabalha com a apropriação das fabulações desses imaginários, com a retomada política e estética dessas histórias.
Bom Dia, Eternidade (do Rogério Moura) e Quintal (do André Novais Oliveira) são filmes que partem de locais diferentes, mas têm como elemento comum a protagonização do cotidiano de casais negros populares já na meia idade. E esse cotidiano, nos dois filmes, vai ser perturbado pela intervenção do fantástico.
Beatitude (de Délio Freire), Yansan (de Carlos Eduardo Nogueira) e Rapsódia para um Homem Negro (de Gabriel Martins) são os filmes que vão beber (cada um à sua forma) nas religiões de matrizes africanas, que vão incorporar essas mitologias às suas narrativas, com resultados e propostas muito diferentes. Programar esses filmes juntos é algo que me pareceu muito potente.
CF: Você acha que filmes de diretores como Gabriel Martins e André Novais Oliveira são indícios de uma nova visão sobre a representatividade do negro no cinema brasileiro, ou são apenas exceções em um cenário que pouco se modificou ao longo das últimas décadas na cinematografia brasileira? Qual é a importância de que o negro adquira lugar de fala no cinema brasileiro, ou seja, que fale sobre si mesmo?
KF: Óbvio que ainda temos muito a avançar na representação do negro no cinema brasileiro e também na ocupação das diversas funções da escala produtiva do cinema – ainda são poucos diretores, roteiristas e produtores negros. Se somarmos a questão de gênero, então é ainda mais dramático. A mulher negra ainda tem muita luta pela frente até que a gente possa comemorar uma transformação verdadeira nessa representatividade no cinema.
Mas, sim, acredito na força dos trabalhos desses diretores (do Gabriel Martins e do André Novais Oliveira). Em Ela Volta na Quinta (longa-metragem anterior ao Quintal, com o mesmo par de protagonistas, os pais do diretor), do André Novais, existe um plano longo em que o cineasta está filmando a protagonista do filme em um close e ela conta a história da família deles. Para mim, é um plano revolucionário (afetiva e politicamente). Ele traz uma mulher negra, de meia idade, sem maquiagem aparente, contando a sua história de forma íntima, e o filme toma o seu tempo para ouvir, sem pressa, sem intervenção, sem necessidade de alguém que vá certificar ou validar aquelas palavras. É algo que pode parecer simples ou comum, mas quantos planos desses, filmados com essa ternura em relação a uma mulher negra, nós já vimos?
Bom, a importância do negro ter mais lugar de fala no cinema nacional está justamente nessa possibilidade de trazer com essa afetividade outras narrativas, as nossas narrativas, para as telas.
CF: Em Branco Sai, Preto Fica, a exigência de um passaporte para entrar em Brasília surge como um símbolo da opressão exercida sobre os moradores da periferia. Este uso metafórico do cinema fantástico serve muitas vezes para expor uma realidade absurda em vários sentidos. Por que você acha que este gênero serve tão bem para retratar questões políticas?
KF: Imaginar futuros ou reinventar passados são geralmente formas criativas que utilizamos nas artes para lidar com o presente. Costuma ser um subterfúgio potente, pois ao se aliar ao universo da fantasia as narrativas ganham uma liberdade que muitas vezes não é possível quando estamos nos registros verídicos/reais (nos quais se cobra uma fidelidade aos fatos). Por isso, a ficção cientifica é atravessada por essa percepção da realidade e do presente (por fantasioso que seja o seu universo). Os personagens desse universo, em sua grande maioria, costumam não se enquadrar nas sociedades futurísticas em que vivem e estão lutando contra formas opressivas de poder.
Nesse sentido, teóricos como Kudwo Eshun (cujo texto “Mais considerações sobre o Afrofuturismo” foi traduzido para o catálogo da mostra) vão fazer uma comparação direta entre os modos de narrativas da ficção científica e a própria experiência massiva da população negra na pós-escravidão do século XX. Os escravos do novo mundo são os alienígenas dentro do seu próprio planeta (apartados da sua cultura e língua e jogados em sociedades repressivas).
Assim, acessar ao universo narrativo das obras afrofuturistas é lidar concomitantemente com a sua dupla natureza: a da criação artística que une a discussão racial ao universo do sci-fi e a da própria experiência da população negra como uma ficção absurda do cotidiano.
A curadora Kênia Freitas aponta destaques da Mostra Afrofuturismo.
Branco Sai, Preto Fica, de Adirley Queirós (93min, 2014, Brasil, 12 anos) – O cinema do Adirley Queirós é atravessado com a mesma potência pela crítica social e política e pela inovação estética e narrativa. Em Branco Sai, Preto Fica não é diferente. O filme dá conta de narrar a violência policial ocorrida no baile do Quarentão, na Ceilândia (DF), que marcou para sempre a vida dos personagens reais da história, e também de fabular uma contra narrativa de busca de justiça e vingança calcada na ficção científica.
Drylongso, de Cauleen Smith (86 min, 1998, EUA, 12 anos) – É um filme independente da cineasta e artista afrofuturista Cauleen Smith. Na época do seu lançamento circulou bastante no circuito de festivais e foi premiado em alguns prêmios, mas depois ficou bastante esquecido. Drylongso é um termo da comunidade negra norte-americana que pode ser traduzido como “mais do mesmo”, “cotidiano”. A história vai seguir a jovem artista afro-americana, Pica que decide fazer uma exposição fotográfica de uma espécie em extinção: o jovem negro de periferia. Entre todos os filmes selecionados, Drylongso é o que menos se inspira em elementos do fantástico. Mas esse olhar sobre o presente com a arte como o único elemento possível de construção de um futuro para a juventude negra é o cerne do que o Afrofuturismo tem de potencialidade política e estética.
Ornette: Feito na América (Ornette: Made in America), de Shirley Clarke (85 min, 1985, EUA, 12 anos) – É o último filme da diretora experimental e independente Shirley Clarke. Mais do que uma cinebiografia comum sobre o genial jazzista Ornette Coleman o filme mistura formas e gêneros narrativos diversos (entrevistas, encenações da infância do músico, performances musicais). De certa forma, Ornette pulsa na intensidade da música do artista. E vale lembrar que Coleman já foi convidado pela Nasa para compor para um dos programas espaciais da agência: tratasse então literalmente um jazzista extraterreno.
Space is the Place, de John Coney (85 min, 1974, EUA, 18 anos) – O jazzista Sun Ra é um dos nomes mais importantes para se pensar a genealogia do Afrofuturismo. Ra reivindica a sua própria narrativa: vindo de Saturno, adotando o nome e indumentárias da mitologia egípcia e cosmológica e mesclando todos esses elementos na criação artística nada convencional e muito prolífica. Space is the place nasce da parceria de Ra com o diretor John Coney e é uma mistura de estéticas e influências diversas: das viagens intergalácticas à crítica social, passando pelo blaxploitation. O resultado é um filme que se constitui como uma experiência única, como costuma acontecer com a arte de Sun Ra. O filme será exibido em uma cópia de 35 mm. A versão de corte exibida será a do diretor.
Afronautas (Afronauts), de Frances Bodomo (14 minutos, 2014, EUA, Livre) – Por fim, destaco o belo e singelo curta de Frances Bodomo. O filme, inspirado em fatos reais, conta a tentativa de um programa especial da Zambia em chegar antes dos norte-americanos à lua. A inspiração para a realização do filme para a diretora foi a de contar uma história dos marginalizados, dos que ficaram de fora dos holofotes históricos. Acredito que o Afrofuturismo como movimento estético e político tem muito a ver com isso.
>>> Conheça a programação da Mostra Afrofuturismo
>>> Leia entrevista sobre o curta Quintal
>>> Leia entrevista com Adirley Queirós
>>> Leia texto sobre Branco Sai, Preto Fica
Serviço
Mostra Afrofuturismo: Cinema e Música em uma Diáspora Intergaláctica
Data: De 19 de novembro a 2 de dezembro de 2015
Local: Caixa Belas Artes (Rua da Consolação, 2423 – Consolação – São Paulo – SP)
Telefone: (11) 2894-5781
Ingressos: R$ 14 (Inteira) e R$ 7 (Meia)- Clientes que comprarem o ingresso com cartão de débito ou crédito da Caixa têm 50% de desconto.
Passaporte dá direito a assistir todos os filmes da mostra por R$ 40