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Briga política volta a suspender Festival de Paulínia

27/02/15 às 11:22 Atualizado em 27/02/15 as 11:26
Briga política volta a suspender Festival de Paulínia

Evento de cinema brasileiro com a maior premiação em dinheiro para seu vencedor (R$ 300 mil), o Festival de Paulínia teve a sua edição de 2015, que aconteceria em junho, suspensa por tempo indeterminado. O motivo é um imbróglio político que já havia interferido nas políticas culturais da cidade do interior paulista anteriormente.

Por causa de problemas com a Justiça Eleitoral, o prefeito eleito Edson Moura Jr. (PMDB) foi afastado do cargo e deu lugar a José Pavan Jr. (PSB), que assumiu no último dia 6 de fevereiro. Alegando uma situação financeira ruim, com dívida de R$ 160 milhões, e supostas irregularidades em contratos firmados por seu antecessor, Pavan Jr. decidiu suspender todos os pagamentos e contratações de fornecedores.

Além do Festival de Paulínia, também está suspenso o edital publicado no ano passado para a produção de 10 filmes ao custo de R$ 8 milhões. Neste caso, a alegação é que a verba foi aprovada de maneira irregular pela antiga administração.

 

Disputa antiga

Contando principalmente com a receita trazida pela indústria petroquímica, a cidade de Paulínia, no interior de São Paulo, realizou um grande investimento na área cultural, que incluiu a construção do suntuoso Theatro Municipal e o desenvolvimento de um polo cinematográfico com estúdios para filmes live-action e de animação e uma escola de cinema.

Em 2008 foi criado o festival de cinema da cidade, que teve quatro edições ininterruptas até 2011 e se consolidou como um importante evento no cenário nacional, exibindo filmes como Feliz Natal e O Palhaço, de Selton Mello; Febre do Rato, de Cláudio Assis; e Trabalhar Cansa, de Juliana Rojas e Marco Dutra.

Em abril de 2012 o então prefeito da cidade, José Pavan Jr. (PSB) – o mesmo que voltou ao cargo agora em 2015 -, anunciou o cancelamento da quinta edição do festival. O político justificou a decisão dizendo que a verba para a realização do evento, de cerca de R$ 10 milhões, seria destinada a investimentos na área social.

Nas eleições municipais de 2012, Edson Moura Jr. (PMDB) substituiu o pai e candidato oficial, Edson Moura, que corria o risco de ser barrado devido à Lei da Ficha Limpa. A troca provocou reclamação da oposição e, mesmo após vencer o pleito, Moura Jr. teve seus votos cassados pela Justiça Eleitoral. Ele só veio a assumir o cargo em julho de 2013, após o Tribunal Superior Eleitoral aceitar seu recurso.

Com a troca no comando a realização do festival de cinema retornou à pauta municipal. Em tamanho reduzido, a quinta edição do evento aconteceu em dezembro de 2013. No ano seguinte, com orçamento de R$ 3,5 milhões, Paulínia voltou a ter um festival de peso. O vitorioso da edição foi A História da Eternidade, de Camilo Cavalcante (na foto acima).

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