facebook instagram twitter search menu youtube envelope share-alt bubble chevron-down chevron-up link close dots right left arrow-down whatsapp back

22º É Tudo Verdade celebra Sergio Muniz e destaca marcos do cinema soviético

04/04/17 às 14:39 Atualizado em 24/04/17 as 10:18
22º É Tudo Verdade celebra Sergio Muniz e destaca marcos do cinema soviético

Pouco conhecido do grande público, o cineasta Sergio Muniz será celebrado pelo 22º É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários ­– com uma retrospectiva da sua obra no evento que acontece entre os dias 19 e 30 de abril no Rio de Janeiro e em São Paulo. Todas as sessões são gratuitas.

Muniz dirigiu alguns dos títulos mais marcantes da chamada “Caravana Farkas” nos anos 1970 e realizou em 1971 um pioneiro filme-denúncia (Você Também Pode Dar um Presunto Legal) contra a violência institucionalizada pela Ditadura Militar, trabalho que foi mantido inédito até o começo dos anos 2000. Ele também teve destacada participação no estabelecimento e consolidação da Escola Internacional de Cinema e Televisão de Cuba (EICTV). Curtas, médias e longas-metragens filmados pelo realizador nas décadas de 60 e 70 estão na lista do festival.

Outro destaque da programação, que foi divulgada em entrevista coletiva nesta terça (4) pelo crítico Amir Labaki, fundador e diretor do festival, é uma seleção de 12 filmes da antiga União Soviética, fazendo alusão ao aniversário de 100 anos da revolução de 1917. Com curadoria conjunta de Amir com Luis Felipe Labaki, mestre em Cinema pela ECA-USP, a mostra busca exibir filmes que fujam dos cânones já estabelecidos. Em vez do celebrado O Homem da Câmera, por exemplo, o filme de Dziga Vertov que será exibido é Avante, Soviete!, de 1926.

Ao todo, o 22º É Tudo Verdade vai exibir 82 títulos de 30 países, sendo 16 estreias mundiais. Sete produções nacionais inéditas no País foram selecionadas para a Competição Brasileira de Longas e Médias-Metragens e nove, sendo seis inéditas no Brasil, para a Competição Brasileira de Curtas-Metragens. Duas produções, uma de cada formato, abordam a questão da violência contra a mulher. São elas, respectivamente, Mexeu Com Uma, Mexeu Com Todas, de Sandra Werneck, e Se Você Contar, de Roberta Fernandes.

“É um alento que seja tão vigorosa a produção de documentários nestes dias de ‘fatos alternativos’ e ‘fakenews’. Contra a confusão que desumaniza, nada melhor do que o olhar original sobre a realidade de um cineasta com sua câmera. É por meio deles que o É Tudo Verdade espelha o mundo”, aponta Amir Labaki.

Outro destaque desta edição é a criação da Competição de Longas Latino-Americanos, com sete produções. Filmes estrangeiros também figuram na Competição Internacional de Longas e Médias-Metragens, com 12 documentários inéditos no País, e na Competição Internacional de Curtas-Metragens, com nove títulos igualmente inéditos.

Trabalhos de importantes cineastas do presente e do passado, como João Moreira Salles, Andrea Tonacci e Jean Rouch, serão exibidos em sessões especiais.

A estreia mundial de Eu, Meu Pai e os Cariocas – 70 Anos de Música no Brasil, de Lúcia Veríssimo, e a première latino-americana de Cidade de Fantasmas, de Matthew Heineman, serão as sessões de abertura do festival, respectivamente no Rio de Janeiro (19/4) e em São Paulo (20/4). São dois filmes radicalmente distintos: o primeiro é biográfico e fala sobre o pai da cineasta, ex-músico do grupo Os Cariocas; o segundo retrata jornalistas ativistas que arriscam a vida diariamente para registrar as barbáries cometidas pelo grupo Estado Islâmico na Síria.

Conheça a seguir os filmes que serão exibidos nas seções competitivas do 22º É Tudo Verdade.

 

COMPETIÇÃO BRASILEIRA: LONGAS OU MÉDIAS – METRAGENS

A Terceira Margem (Dir.: Fabian Remy, Brasil, 2016, 56 min.)

Em 1953, treze anos depois do início da célebre “Marcha para o Oeste”, os indigenistas irmãos Villas-Boas encontram, entre os índios Caiapó, o jovem João Kramura, um branco roubado de seus parentes e criado na tribo. Através do índio Funi-ô Thini-á, reconstitui-se a história de João e também a do próprio Thini-á.

Cidades Fantasmas (Dir.: Tyrell Spencer, Brasil, 2017, 70 min.)

Em Humberstone (Chile), pouco restou da prosperidade do salitre. Perto da antiga Fordlândia (PA), casas de posseiros são os últimos sinais da cidade construída por Henry Ford. Armero (Colômbia), teve a população dizimada pela erupção do vulcão Nevado del Ruiz, em 1985. Vinte e cinco anos depois de uma inundação, ruínas da Villa Epecuén (Argentina) expõem os restos da velha estação de águas.

Em um Mundo Interior (Dir.: Flavio Frederico e Mariana Pamplona, Brasil, 2017, 75 min.)

Alternando entrevistas de médicos, terapeutas e testemunhos de pais, o documentário retrata a complexidade do universo do autismo – uma disfunção neurológica que afeta a linguagem e a parte motora e, especialmente, a interação com os outros. Retratando diversos personagens, o filme cria condições para que o espectador possa compartilhar as situações.

Maria – Não Esqueça que Eu Venho dos Trópicos (Dir.: Francisco C. Martins, Brasil, 2017, 80 min.)

Escultora, gravurista, pintora, desenhista e escritora, Maria Martins (1894-1973) foi uma mulher que desafiou o conformismo. Estudando escultura na Europa com Oscar Jespers, em Bruxelas, desenvolveu um talento que a aproximou do surrealismo. Depois radicada nos EUA, conhece Marcel Duchamp, com quem manteria uma ligação amorosa e artística de mútuas influências.

Mexeu Com Uma, Mexeu Com Todas (Dir.: Sandra Werneck, Brasil, 2017, 71 min.)

Reunindo depoimentos de vítimas e sobreviventes, o documentário coloca em pauta o abuso sexual. Depoentes como a farmacêutica Maria da Penha – que empresta o nome à lei de 2006 que criminaliza a violência contra a mulher –, a nadadora Joana Maranhão, a ex-modelo Luíza Brunet, a escritora Clara Averbuck e várias outras mulheres constroem suas narrativas.

Quem é Primavera das Neves (Dir.: Ana Luiza Azevedo e Jorge Furtado, Brasil, 2017, 75 min.)

Em março de 2010, o cineasta Jorge Furtado escreve uma postagem em seu blog, indagando quem pode ter notícias sobre a tradutora Primavera das Neves, cujo nome o fascina. A busca o leva ao encontro deste documentário, em que é guiado por amigas de infância da tradutora, Eulalie Ligneul, e a artista plástica Anna Bella Geiger.

Tudo é Irrelevante. Helio Jaguaribe (Dir.: Izabel Jaguaribe e Ernesto Baldan, Brasil, 2017, 83 min.)

Nascido no Rio de Janeiro em 1923, Helio Jaguaribe é um dos cientistas políticos mais importantes do Brasil. Pertencente a uma geração de intelectuais devotados a repensar o Brasil desde meados dos anos 1950, ele é um dos expoentes do nacional-desenvolvimentismo, que formulou teorias para um capitalismo autônomo no Brasil, apoiado na integração latino-americana.

 

COMPETIÇÃO BRASILEIRA: CURTAS-METRAGENS

A Lembrança que Eu Gosto de Ter (Dir.: Filipe Carvalho, Brasil, 2017, 28 min.)

Um homem retorna ao sertão pernambucano, na zona rural de Caruaru, onde viveu num sítio, até os 12 anos de idade. Gradativamente, por meio das próprias reminiscências e do encontro com personagens locais, vão ressurgindo os contornos mais definidos de memórias de sentimentos diversos.

Bênção (Dir.: Guilherme Reis e Marcelo Reis (in memoriam), Brasil, 2016, 18 min.)

Documentário registra o cotidiano da benzedeira Dalila Senra Fabrini, de 97 anos. Moradora do bairro Santa Mônica, em Belo Horizonte, ela passa seus dias em oração, à espera que cheguem os clientes, pessoas que buscam sua benção para problemas tão distintos como bronquite, doenças de pele, dor no joelho, desemprego e a inveja alheia.

Boca de Fogo (Dir.: Luciano Pérez Fernández, Brasil, 2017, 9 min.)

Na cidade de Salgueiro (PE), os torcedores de futebol, na arquibancada, enfrentam o desconforto em busca das emoções dos jogos de futebol locais. Eles acompanham, pelo rádio, o comentarista Boca de Fogo, com sua voz poderosa e dicção inconfundível, tornando mais eletrizante cada lance das disputas. Mesmo que ele não possa ver cada um deles.

Candeias (Dir.: Reginaldo Farias e Ythallo Rodrigues, Brasil, 2017, 20 min.)

Filmado ao longo de cinco dias, entre 29 de janeiro e 2 de fevereiro de 2016, o curta retrata a dimensão da romaria de Nossa Senhora das Candeias, em Juazeiro do Norte (CE), que abre todos os anos o ciclo de romarias na terra de Padre Cícero. Imagens desta verdadeira maré humana nas ruas em momentos impressionantes, como a Procissão das Velas, povoam o filme.

Cópia Própria (Dir.: Ian Schuler, Brasil, 2017, 14 min.)

Mergulhados na profusão de imagens que definem nosso mundo, buscamos conhecer a versão real, original, de cada uma delas – mas tudo o que encontramos é o mar de suas cópias. Nosso próprio olhar, afinal, é uma cópia.

Festejo Muito Pessoal (Dir.: Carlos Adriano, Brasil, 2016, 9 min.)

Tendo como ponto de partida o artigo “Festejo muito pessoal”, escrito em 1977 pelo crítico e professor Paulo Emílio Salles Gomes (1916-1977) e publicado postumamente, este ensaio poético estrutura-se com uma reapropriação de arquivos – evocando não só trechos de filmes citados no texto de Paulo Emílio, como de outros evocados a partir de afinidades diversas.

Improviso Ambulante (Dir.: Leandro Aragão, Brasil, 2017, 19 min.)

O documentário investiga o fenômeno da improvisação, procurando superar os preconceitos em torno de sua aparente precariedade. Explora-se a ideia de que o ato de improvisar possa ser, antes de mais nada, um mecanismo inerente à natureza humana no sentido de buscar soluções e recursos novos, criando novos saberes, científicos ou não.

Manual (Dir.: Letícia Simões, Cuba/Brasil, 2016, 7 min.)

A cineasta Letícia Simões passou o primeiro semestre de 2016 frequentando o mestrado na Escuela Internacional de Cinema y TV, em San Antonio de los Baños, Cuba. O resultado está neste curta, em forma epistolar, em que ela conta à mãe suas impressões sobre o país, diante da iminência de grandes transformações e do que restará da revolução socialista de 1959.

Se Você Contar (Dir.: Roberta Fernandes, Brasil, 2017, 29 min.)

Seguindo o dispositivo do documentário “Jogo de Cena“, de Eduardo Coutinho, cinco mulheres dispõe-se a contar experiências de abuso sexual, sofridas por elas mesmas ou outras que não conseguiram expor-se diante da câmera. O filme retrata oito histórias que têm em comum detalhes impactantes, como o fato de que a maior parte dos casos não chega à polícia.

 

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL: LONGAS OU MÉDIAS – METRAGENS

Abacus: Pequeno o Bastante para Condenar (Dir.: Steve James, EUA, 2016,

88 min.)

Diretor do premiado “Basquete Blues” (1994), Steve James mergulha no singular processo da família Sung de imigrantes chineses, donos do banco Abacus Federal Savings, acusados de fraude hipotecária em 2012 pelo procurador-geral de Nova York, Cyrus Vance Jr., na esteira da grave crise financeira de 2008.

No Tempo que Chegará (Dir.: Tan Pin Pin, Singapura, 2017, 62 min.)

Durante as comemorações do cinquentenário da independência de Singapura, a cineasta Tan Pin Pin acompanha a preparação de uma cápsula do tempo, que conterá objetos representativos desta era para o futuro. Ao mesmo tempo, processa-se a abertura de uma antiga cápsula, revelando artefatos de uma outra época que hoje exigem esforços de interpretação.

Comunhão (Dir.: Anna Zamecka, Polônia, 2016, 72 min.)

Ola tem apenas 14 anos, mas é a chefe de uma pequena família disfuncional. Cuida de um pai destituído de senso de realidade, que só pensa em TV e cerveja, e de um irmão autista de 13 anos, Nikodem. A mãe vive com outro homem e um bebê. Ainda assim, Ola acredita que pode reunir sua família.

A Copa dos Trabalhadores (Dir.: Adam Sobel, Reino Unido, 2017, 89 min.)

Imigrantes asiáticos e africanos que constroem os estádios e instalações da Copa do Mundo de 2022, no Catar, participam, em 2015, de um torneio de futebol. Pensado como jogada de marketing pelas companhias contratantes dos operários, o evento torna-se uma oportunidade para que o documentário revele os bastidores de inacreditáveis condições de vida e de trabalho.

A Prisão em 12 Paisagens (Dir.: Brett Story, Canadá/EUA, 2016, 87 min.)

Recorrendo a situações filmadas em diversas regiões dos EUA, a cineasta canadense Brett Story compõe uma instigante reflexão sobre como a atual filosofia do encarceramento em massa naquele país – hoje com 2,2 milhões de detentos – penetrou cada aspecto da vida.

Luz Obscura (Dir.: Susana de Sousa Dias, Portugal, 2017, 77 min.)

Assim como os filmes anteriores da diretora Susana de Sousa Dias, “Natureza Morta” (2005) e “48” (2010), a origem deste documentário encontra-se nos arquivos da PIDE, a polícia política portuguesa, que atuou de 1926 a 1974. Aqui, o ponto de partida é a fotografia de uma mulher com um bebê no colo, o que conduz a uma investigação sobre os familiares de Octavio Pato.

No Exílio: Um Filme de Família (Dir.: Juan Francisco Urrusti, México, 2016, 124 min.) – Première Internacional

O cineasta Juan Francisco Urrusti resgata a memória de sua família, sobrevivente da Guerra Civil Espanhola e refugiada no México, em 1939. Seus pais, uma tia e os quatro avós vieram num barco de carga, desfrutando, como milhares de outros exilados espanhóis, de acolhida calorosa numa época em que o México era governado pelo presidente esquerdista Lázaro Cárdenas.

Paris é uma Festa – Um Filme em 18 Ondas (Dir.: Sylvain George, França, 2017, 96 min.)

Em busca de traçar uma nova cartografia social de Paris, o diretor Sylvain George recorre a alguns adolescentes estrangeiros em seus percursos pelas ruas da capital francesa, após os atentados que a sacudiram desde o final de 2015. Passam pelo crivo destes jovens discriminados paisagens, canções, violência de Estado, a revolta, a busca de expressão.

Perón, Meu Pai e Eu (Dir.: Blas Eloy Martínez, Argentina, 2017, 80 min.) – Première Mundial

Autor de livros como “Santa Evita” (1996), o escritor e jornalista argentino Tomás Eloy Martinez realizou, há 45 anos, uma mítica entrevista com o ex-presidente Juan Domingo Perón. Depois da morte do autor, em 2010, seu filho Blas Martinez recupera as gravações. Inicia, então, um mergulho não só na história de seu país como em sua própria vivência pessoal.

Relações Próximas (Dir.: Vitaly Mansky, Letônia/Alemanha/Estônia/Ucrânia, 2016, 112 min.)

De maio de 2014 a maio de 2015, o cineasta Vitaly Mansky viajou por diversas regiões da Ucrânia, visitando integrantes de sua família. A partir de conversas com a mãe, o avô e tias, aos poucos ele forma um mosaico das opiniões dos moradores do país sobre os desdobramentos da grave crise política que divide a nação desde novembro de 2013.

O Show da Guerra (Dir.: Andreas Dalsgaard e Obaidah Zytoon, Dinamarca/ Noruega/ Síria, 2016, 100 min.)

Quando a Primavera Árabe chega à Síria, em 2011, a radialista e DJ Obaidah Zytoon e seus amigos começam a filmar, com suas câmeras e celulares, os protestos que tomam as ruas. Intuitivamente, captam em primeira mão os acontecimentos que iriam moldar a progressiva radicalização no país, finalmente destruído por uma guerra civil até hoje sem solução.

Uma Vida Alemã (Dir.: Christian Krones, Olaf Muller, Roland Schrotthofer e Florian Weigensamer, Áustria, 2016, 113 min.)

Funcionária da máquina administrativa nazista, Brunhilde Pomsel (1911-2017) foi secretária e estenógrafa pessoal do ministro de Propaganda, Joseph Goebbels. Neste documentário despojado, em preto-e-branco, ela fala de seu trabalho, que incluía, entre outras coisas, maquiar estatísticas. Apesar disso, ela nega qualquer sentimento de culpa.

 

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL: CURTAS-METRAGENS

O Acervo (Dir.: Adam Roffman, EUA, 2016, 11 min.) – Première Internacional

Dois amigos descobrem um formidável acervo de objetos ligados ao cinema num lugar inusitado, em Omaha, Nebraska. Terceiro curta documental do diretor Adam Roffman, depois de “Spearhunter” (2015) e “All the Presidents’ Heads” (2016).

Casa à Venda (Dir.: Emanuel Giraldo, Cuba/Colômbia, 2016, 13 min.)

Após a suspensão da proibição de venda de imóveis que vigorou por mais de 50 anos em Cuba, proprietários de casas preparam-se para dar início a um incipiente mercado imobiliário. Três famílias abrem as portas de seus lares, como diante de compradores em potencial, declinando os aspectos que, a seu ver, poderiam funcionar como chamariz.

O Cuidador (Dir.: Joost van der Wiel, Países Baixos, 2016, 22 min.)

Há mais de 60 anos, o clínico-geral Nico van Hasselt mantém uma rotina de realização de dez atendimentos domiciliares, em média, por dia, num bairro de Amsterdã. Desde 1989, essa sua forma individualizada de praticar a medicina vem sendo confrontada por operadoras de planos de saúde. Mesmo com mais de 90 anos de idade, ele resiste à pressão.

Olhos nos Olhos (Dir.: Angelo Caperna, França, 2016, 22 min.) – Première Mundial

Uma câmera capta uma cena intimista no meio do trânsito e do barulho de uma grande cidade: uma moça e um rapaz descobrem a atração um pelo outro. Tendo como cenário o ambiente despojado dos conjuntos habitacionais, eles andam, param, conversam. O tempo parece suspenso entre os corpos, enquanto eles buscam uma forma de encurtar a distância.

Polonesa (Dir.: Agnieszka Elbanowska, Polônia, 2016, 16 min.)

No interior da Polônia, o centro cultural da pequena cidade de Aleksandrow Kujawski vai sediar uma singular competição artística em torno do tema da “atitude patriótica”. Os candidatos podem optar por qualquer forma de expressão, música, performance, oratória, teatro ou recitação, desde que se trate de um trabalho próprio e original.

Radiovisão (Dir.: Gregor Zupanc, Igor Simić, Jelena Milunovic e Miloš Tomić, Sérvia, 2016, 25 min.)

Dos arquivos de uma das rádios públicas mais antigas da Europa, a rádio Belgrado, saíram as nove histórias que serviram de base a esta animação, pesquisadas entre as inúmeras entrevistas gravadas entre os anos 1950 e 1990 e protagonizadas por alguns dos maiores escritores, artistas e intelectuais da antiga Iugoslávia e da Sérvia.

Spielfeld (Dir.: Kristina Schranz, Alemanha, 2016, 27 min.) – Première Internacional

A pequena cidade de Spielfeld, com cerca de 1.000 habitantes, teve seu tranquilo cotidiano drasticamente abalado quando, no inverno de 2015, cerca de 100 mil refugiados atravessaram a fronteira austríaca sem nenhum tipo de controle. Como resposta, o governo apresentou o que chamou de “plano moderno de manejo de fronteiras”.

A Sibéria Não é Tão Gélida (Dir.: Isabel Coixet, Espanha, 2016, 20 min.)

Quando a cineasta catalã Isabel Coixet viaja pelo interior da Sibéria, para participar do júri de um festival de cinema, acontecem-lhe coisas inusitadas. Ela é tomada por sonhos estranhos e encontra um homem, de aparência amável, que lhe entrega uma sacola cheia de fotografias. Em cada uma delas, anotou cuidadosamente a data e o local onde foram tiradas.

Territórios Extraordinários (Dir.: Diego Lumerman, Argentina, 2016, 25 min.)

Partindo das alturas do vulcão Domuyo, apresenta-se as paisagens e personagens de Neuquén, ao norte da Patagônia argentina. Percorrendo os picos e vales da Cordilheira do Vento, veem-se áreas naturais de difícil acesso, territórios protegidos e também os largos espaços onde velhos habitantes do local desenvolvem atividades como criação de gado e mineração.

 

COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA

Atentamente (Dir.: Camila Rodríguez Triana, Colômbia, 2016, 80 min.)

No ambiente despojado de uma residência de idosos, Libardo e Alba começam a viver uma história de amor. A partir da descoberta de seus sentimentos, tudo o que pensam é em estar juntos. Torna-se uma obsessão para eles encontrar formas de juntar dinheiro que lhes permita pagar uma noite num hotel para que desfrutem de uma intimidade impossível na instituição.

O Esquecimento (Im)possível (Dir.: Andrés Habegger, Argentina/ Brasil/ México, 2016, 86 min.)

O cineasta argentino Andrés Habegger realiza uma viagem profundamente pessoal neste documentário, em busca de resgatar memórias e informações sobre seu pai, Norberto Habegger, jornalista e militante no Brasil, em 1978, numa operação conjunta entre militares argentinos e brasileiros.

Rito de Passagem (Dir.: Maite Alberdi, Chile, 2016, 83 min.)

Um grupo de amigos com síndrome de Down, na faixa dos 50 anos, encara um momento de mudança. Frequentando a mesma escola, com as mesmas rotinas há quatro décadas, já não podem contar com seus pais. Todos sonham em encontrar um trabalho, ter uma vida independente e formar família.

Ruínas Seu Reino (Dir.: Pablo Escoto, México, 2016, 65 min.)

Colocando-se dentro de um pequeno barco de pesca artesanal, o diretor Pablo Escoto compartilha o cotidiano de pescadores que extraem o sustento das águas do Golfo do México. Em ritmo de ensaio poético, o filme retrata condições de trabalho fisicamente exaustivas, mas também momentos de contemplação de intensa beleza, passados entre o céu e o mar.

Da competição de longas e médias-metragens brasileiros:

Cidades Fantasmas

Da competição de longas e médias-metragens internacionais:

No Exílio: Um Filme de Família

Perón, Meu Pai e Eu

Entre em contato

Assinar

Siga no Cine Festivais