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Top 10: Filmes vistos em festivais que estreiam em 2015

22/12/14 às 13:42 Atualizado em 09/10/19 as 14:37
Top 10: Filmes vistos em festivais que estreiam em 2015

Os festivais de cinema são eventos que trazem em primeira mão filmes muito aguardados e antecipam aquilo que chegará posteriormente às salas brasileiras. Com o ano chegando ao fim, a equipe do Cine Festivais selecionou dez filmes acima da média que foram assistidos nesse tipo de evento e já têm previsão de entrada no circuito comercial em 2015. Conheça todos eles na lista a seguir e programe-se!

 

Amor, Plástico e Barulho, de Renata Pinheiro

Tão discutida em filmes recentes, a transformação constante da paisagem urbana graças à especulação imobiliária e ao capitalismo predatório que norteiam o desenvolvimento de Recife serve como pano de fundo para uma história sobre a fugacidade do sucesso no universo da música brega.

Ecos de A Malvada, de Joseph L. Mankiewicz, podem ser encontrados no belo duelo de atuações entre a veterana e decadente cantora protagonizada por Maeve Jinkings – atriz que se firma aqui como uma das mais importantes intérpretes do cinema nacional – e a dançarina novata e ambiciosa feita por Nash Laila. – Por Adriano Garrett

Filme visto na 17ª Mostra de Cinema de Tiradentes

Distribuidora: Boulevard Filmes

Previsão de lançamento: 15 de janeiro de 2015

 

Branco Sai. Preto Fica, de Adirley Queirós

Longe do olhar predominante de diretores de classe média que moram em cidades grandes, Adirley Queirós trouxe a periferia para o centro de seu cinema através de uma visão interna sobre o local em que vive. Branco Sai. Preto Fica marca uma radicalização do discurso de construção da identidade de Ceilândia (cidade-satélite de Brasília) que é buscado desde o seu primeiro curta (Rap, o Canto da Ceilândia).

Se em A Cidade É Uma Só? o encontro de Dildu com a carreata de Dilma pontuava a impotência diante de um poder opressor, desta vez o enfrentamento é bem-sucedido graças à liberdade da fabulação, que gera um original documentário sci-fi. No filme, duas vítimas de uma polícia racista se juntam a um curioso viajante do futuro que foi enviado para investigar o acontecido e provar que a culpa é da sociedade repressiva. (leia críticas sobre o filme aqui e aqui) – AG

Filme visto na 17ª Mostra de Cinema de Tiradentes

Distribuidora: Vitrine Filmes

Previsão de lançamento: 2015 (sem data)

 

Casa Grande, de Fellipe Barbosa

O Som ao Redor renovou a safra de filmes que denunciam o quanto a organização social, política e afetiva do Brasil de hoje ainda é dirigida por lógicas patriarcais e patrimonialistas que outrora mancharam o nosso passado. Casa Grande, do diretor carioca Fellipe Barbosa, é um dos produtos mais recentes dessa visão crítica. Com enredo autobiográfico, Fellipe se figura no protagonista Jean (Thales Cavalcanti), um garoto rico que estuda no São Bento (tradicional colégio católico carioca, só para meninos). Sua puberdade e a falência financeira do pai (Marcello Novaes) moverão a trama, descascando, aos poucos, a redoma que o isolava do mundo real.

Estreante em longas, Fellipe é um diretor que sabe muito bem o que quer. Casa Grande tem ótimos momentos e é sustentado por boas atuações, tanto dos atores mais experientes, como Marcello Novaes, quanto dos não atores, caso dos meninos do São Bento. Hora ou outra, o texto cai em maniqueísmos simplórios, mas, na estrutura, o roteiro é esperto e excita a reflexão crítica. – Por Ivan Oliveira

Filme visto na 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

Distribuidora: Imovision

Previsão de lançamento: 5 de março de 2015

 

Depois da Chuva, de Cláudio Marques e Marília Hughes

O filme de Cláudio Marques e Marília Hughes foge de estereótipos tanto pela escolha de um período histórico pouco retratado pelo cinema brasileiro (da campanha fracassada pelas eleições diretas para presidente até a morte de Tancredo Neves) quanto pelos personagens anarquistas que vivem em uma Bahia longe dos clichês habituais.

Através do protagonista Caio (Pedro Maia), o filme contesta o estado da educação (conservadora e pouco reflexiva), da política (comandada por políticos tradicionais que pouco representam os jovens) e da família (o personagem tem um pai distante e uma mãe completamente alienada), fazendo uma espécie de romance de formação de um jovem e de um país. (leia crítica sobre o filme aqui)- AG

Filme visto na 17ª Mostra de Cinema de Tiradentes

Distribuidora: Espaço Filmes

Previsão de lançamento: 15 de janeiro de 2015

 

Dois Dias, Uma Noite, de Jean-Pierre e Luc Dardenne

Dois Dias, Uma Noite traz o melhor do cinema dos irmãos Dardenne: a aguda sensibilidade da câmera móvel, o realismo social desprovido de maniqueísmo, a projeção de um conflito pessoal como alegoria de uma crise maior e o emaranhado de sutilezas na construção da trama e dos personagens.

Mas o filme possui duas forças motrizes que merecem destaque especial. Uma é a eloquência da situação: Sandra (Marion Cotillard) fica sabendo que seus colegas, majoritariamente, optaram por sua demissão para que pudessem receber um bônus de mil euros. Desesperada, resolve ir atrás de cada um deles para tentar reverter a votação. A outra é o desempenho de Cotillard, magnífica ao assumir o desafio dos Dardenne num filme que só daria certo com uma grande atriz no papel principal. (leia crítica sobre o filme aqui) – IO

Filme visto na 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

Distribuidora: Imovision

Previsão de lançamento: 1º semestre de 2015

 

Ela Volta na Quinta, de André Novais Oliveira

Depois de curtas-metragens notáveis, como Pouco Mais de Um Mês e Fantasmas, André Novais Oliveira chega ao seu primeiro longa-metragem repetindo o apreço pelo registro em tom menor de situações cotidianas. A aparente simplicidade que permeia a trama, que reúne no elenco o diretor e seus familiares, pode esconder a sofisticação formal e o bom trabalho de manipulação do tempo do filme. Um olhar mais atento, porém, revela um diretor com pleno domínio de seu material, e que ainda por cima consegue trazer às telas uma visão sem estereótipos de uma família negra de classe média, o que é raro no cinema brasileiro. (leia crítica sobre o filme aqui) – AG

Filme visto no 47º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

Distribuidora: Vitrine Filmes

Previsão de lançamento: 1º semestre de 2015 (sem data)

 

Força Maior, de Ruben Ostlund

Uma família bonita, funcional e aparentemente feliz passa férias numa estação de esqui, nos alpes franceses. Um plano longo, estático e muito inteligente nos mostra um almoço em uma grande sacada, acompanhado por avalanches controladas – executadas como um produto turístico. Quando uma delas parece sair do controle, o pânico toma conta e Tomas (Johannes Kuhnke) instintivamente sai correndo e deixa a esposa e os filhos para trás. A situação volta ao controle, mas o incidente será despertador da consciência crítica do casal a respeito da relação conjugal que vivem e da expectativa social sobre as partes de uma família.

O cinema nórdico em suas diversas vertentes, de Bergman a Vinterberg, é especialista em desmascarar o modelo tradicional da “família margarida”, cujas entranhas revelarão as doses de ressentimento, culpa, intolerância, inveja e outros possíveis males da convivência.

O diretor Ruben Öslund persiste no grande tema de seus conterrâneos, adere à perspectiva crítica, porém com mais leveza. Força Maior é um cinema elegante, que se pretende equilibrado ao interpelar o bom drama psicológico com um humor auto irônico e belas sequências de vigor fotográfico. (leia crítica sobre o filme aqui) – IO

Filme visto na 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

Distribuidora: Califórnia Filmes

Previsão de lançamento: 12 de março de 2015

 

Homem Comum, de Carlos Nader

O diretor Carlos Nader conheceu o caminhoneiro Nilson de Paula quando fazia um filme em que questionava pessoas comuns sobre o sentido da vida e outros temas metafísicos. Daí nasceu uma amizade de 20 anos que está registrada neste documentário, que utiliza cenas da obra-prima A Palavra (de Carl Dreyer) e de outro filme que retrabalha questões dessa obra dinamarquesa para discutir temas como a fé, a perda e a morte. – AG

Filme visto no 19º É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários

Previsão de lançamento: Março de 2015

 

Leviatã, de Andrey Zvyagintsev

Em Leviatã o que toma a tela são os rochedos e penhascos das encostas do norte russo. O Mar de Barents, as enormes carcaças de baleias na areia e a aparente infinitude do Ártico. É um filme imersivo. A ambientação expressa um poder magnânimo, que nos apequena e nos subjuga. O título, alusivo ao mítico demônio do Livro de Jó (Antigo Testamento), já prenuncia o caráter draconiano do embate: assistiremos à derrocada de um homem, Kolya (Aleksey Serebryakov), que vai paulatinamente perdendo tudo o que tem.

Nessa paisagem, uma Rússia mafiosa, misógina e alcoólatra forma o contexto para Andrey Zvyagintsev construir o melodrama em torno de Kolya. O roteiro é primoroso no tratamento de diversos conflitos simultâneos que sufocam o protagonista. O primeiro deles é uma disputa territorial com a prefeitura local – talvez um dos leviatãs a enfrentar – retratada por suas feições burocráticas, corruptas e opressivas. – IO

Filme visto na 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

Distribuidora: Imovision

Previsão de lançamento: 15 de janeiro de 2015

 

Retorno a Ítaca, de Laurent Cantet

Com a recém-proclamada abertura nas relações entre EUA e Cuba, o noticiário voltou a despertar aquelas discussões acaloradas nas quais reinam as visões caricaturescas, pró ou contra o país caribenho. Laurent Cantet não gosta de caricaturas. O melhor do realismo de filmes como Entre os Muros da Escola está na vivacidade da representação e no espaço dado às ambivalências, geralmente enriquecedoras de um retrato que se quer humano.

Retorno a Ítaca honra o registro e nos joga num terraço em Havana, fim de tarde. O escritor Amadeo (Néstor Jiménez) acaba de retornar do exílio de 16 anos em Madri e encontra seus amigos: Rafa (Fernando Hechevarria), um artista plástico no ostracismo; Tanía (Isabel Santos), uma médica cujos filhos foram morar em Miami; Aldo (Pedro Julio Díaz Ferran), que trabalha construindo e consertando baterias de carro numa oficin,; e Eddy (Jorge Perugorría), que viaja o mundo em atividades suspeitas. Passaremos a noite com eles num dos mais belos filmes do ano. (leia crítica sobre o filme aqui) – IO

Filme visto na 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

Distribuidora: Imovision

Previsão de lançamento: 1º semestre de 2015

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