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Opinião: Cinerama.BC alia proposta ousada a clima intimista

08/06/15 às 17:38 Atualizado em 08/06/15 as 17:53
Opinião: Cinerama.BC alia proposta ousada a clima intimista

Se não me falha a memória, o Cinerama.BC – Festival Internacional de Cinema em Balneário Camboriú – é o único festival de cinema brasileiro ocorrido fora de capitais que exibe curtas e longas-metragens totalmente inéditos no País nas suas seções competitivas.

O evento, que teve a sua quinta edição realizada entre os dias 29 de maio e 4 de junho, alia essa proposta ousada a um clima dos mais intimistas. Como disse o cineasta homenageado Carlos Sorín em entrevista ao Cine Festivais, o Cinerama.BC “é um festival muito amigável, familiar e afetuoso, ao contrário de festivais grandes, que são mais anônimos”.

A proximidade do público com os realizadores é um dos atrativos. Vários diretores estrangeiros estiveram presentes às sessões de seus filmes e responderam às dúvidas da plateia após as exibições.

Outro fator positivo é a presença do diretor geral André Gevaerd e/ou da curadora Barbara Sturm em todas as atividades do festival. Isso permite que elogios, críticas ou dúvidas sejam direcionadas diretamente a quem faz o evento acontecer, algo não tão comum em eventos maiores.

Em relação aos filmes propriamente ditos, é natural que a escolha por selecionar apenas trabalhos inéditos para as mostras competitivas restrinja o número de obras elegíveis. O Brasil, por exemplo, não teve nenhum longa-metragem selecionado para a competição, pois muitos diretores e produtores preferem inscrever seus filmes em festivais mais conhecidos do País e do exterior.

Tendo isso em vista, é possível dizer que as mostras competitivas tiveram um bom nível, com alguns trabalhos se destacando: entre os longas, o búlgaro A Lição (prémio do júri oficial) e o francês Vincent (prêmio da crítica); entre os curtas, o argentino A Mulher (prêmio do júri oficial), o israelense Vindo Dele e o francês Depois da Aula.

Nenhum deles, contudo, trouxe a sensação de descoberta da sessão realizada no dia de encerramento com os filmes do diretor catarinense Filipe Maliska, que exibiu o curta-metragem Prosopagnosia e o média-metragem Arco-Íris de Pixels Têm Fim?.

Neste último trabalho, Maliska utiliza apenas imagens de telas (computadores, celulares, videogames) para tratar de temas como o voyeurismo e a virtualidade das redes sociais. Sem recorrer a maniqueísmos ou fazer uma crítica óbvia a esses dispositivos, o cineasta combina a linguagem experimental com uma progressão narrativa bem executada.

Por outro lado, é preciso destacar também alguns pontos negativos do festival, como a presença de uma mancha verde e de dobras na tela do Teatro Municipal que prejudicaram a experiência do espectador. Outra questão importante é o tamanho do público, ainda muito aquém do potencial do evento, o que evidencia a necessidade de uma maior divulgação para a população da região.

Todos esses problemas poderiam ser resolvidos ou atenuados para a sexta edição com um maior apoio dos governos municipal e estadual, como cobrou André Gevaerd durante a cerimônia de encerramento, e/ou com a adesão de um patrocinador privado.

 

*O repórter ficou hospedado em Balneário Camboriú a convite do 5º Cinerama.BC

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