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Obra recuperada e filmes incompletos são destaques da sexta na CineOP

31/05/14 às 12:20 Atualizado em 31/05/14 as 12:28
Obra recuperada e filmes incompletos são destaques da sexta na CineOP

A noite desta sexta-feira (30) em Ouro Preto marcou o reencontro do filme O Jardim das Espumas não só com o público brasileiro, mas também com o seu diretor, o carioca Luiz Rosemberg Filho. Em debate ocorrido mais cedo na 9ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, Rosemberg admitiu que já dava essa obra como perdida, e que só se lembrava de algumas partes do longa-metragem que realizou em 1970.

A recuperação se deveu a um trabalho conjunto entre a Universo Produção, organizadora do evento, com o curador da temática Preservação, Hernani Heffner, que acionou José Quental, ex-funcionário do MAM-RJ, na busca por cópias de filmes considerados perdidos. Na França, Quental conseguiu achar, além de O Jardim das Espumas, o média-metragem Imagens, que será exibido na CineOP neste domingo (1º/6).

Na breve apresentação que fez para o público, Rosemberg disse que Glauber Rocha considerava O Jardim das Espumas uma “sopa de pedras bem temperada”. Os espectadores que estiveram no Cine Vila Rica para assistir ao filme puderam comprovar a radicalidade do cineasta, que fez um longa-metragem com raríssimos diálogos e longos planos, fugindo do padrão narrativo clássico.

O filme está muito relacionado ao período que o Brasil vivia na época, com a repressão da Ditadura Militar atingindo seu limite após a decretação do Ato Institucional nº 5 (em dezembro de 1968, pouco antes da realização do longa-metragem). Imagens de Adolf Hitler e Benito Mussolini logo no início da obra fazem um comentário ácido sobre a situação brasileira naquele tempo.

A alegoria, aliás, é um recurso muito utilizado em O Jardim das Espumas, no qual um planeta muito pobre recebe a visita de um emissário dos planetas ricos, que está interessado em acordos econômicos. A associação com a opressão ideológica, social e militar sofrida pelos brasileiros da época é inevitável.

>>> Leia toda a cobertura do Cine Festivais para a 9ª CineOP

 

Filmes incompletos

No mesmo dia, o Cine Vila Rica também foi palco para uma sessão especial que trouxe apenas filmes incompletos que eram dados como perdidos até o ano passado. O Rei do Samba (1952), de Luís de Barros, conta a história do sambista carioca Sinhô. Mesmo sem algumas partes, é possível entender o desdobramento da história, além de assistir a imagens do Rio de Janeiro nos anos 50.

A cidade carioca, então capital do Brasil, também é palco de dois episódios da série de documentários As Sete Maravilhas do Rio de Janeiro (1934), de Humberto Mauro. Nas partes exibidas ao público, Mauro fala sobre o Pão de Açúcar e a Avenida Rio Branco, trazendo imagens de um Rio de Janeiro muito diferente dos tempos atuais.

 

* O repórter viajou a convite da organização da 9ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto

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