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Mostra em SP traz filmes que rompem fronteiras entre ficção e documentário

04/11/14 às 12:25 Atualizado em 04/11/14 as 14:36
Mostra em SP traz filmes que rompem fronteiras entre ficção e documentário

Não é algo novo na história do cinema, mas se tornou cada vez mais frequente a produção de filmes que ultrapassam e invadem as fronteiras da ficção e do documentário, questionando a estrutura narrativa e apostando na hibridização de linguagens. Com foco neste tipo de trabalho, o CineSesc realiza, entre os dias 5 e 12 de novembro, a Mostra Documento.

Um dos destaques do evento é a apresentação de documentários realizados no Ateliers Varan – Centre de Formation du Cinéma Documentaire (Paris, França) – que serão exibidos pela primeira vez no Brasil.

A lista de filmes nacionais traz trabalhos que se destacaram recentemente em festivais, como Brasil S/A, de Marcelo Pedroso, que venceu cinco prêmios no último Festival de Brasília, incluindo melhor direção; A Vizinhança do Tigre, de Affonso Uchoa, premiado como melhor filme da Mostra de Tiradentes deste ano; e À Queima Roupa, de Theresa Jessouroun, melhor longa-metragem de documentário no Festival do Rio. Também será exibido Serras da Desordem (2006), de Andrea Tonacci.

Entre os estrangeiros, constam na programação os documentários Sagrado Rodoanel, de Gianfranco Rosi, vencedor do Festival de Veneza de 2013; e O Ato de Matar, de Joshua Oppenheimer, que foi indicado ao Oscar de melhor documentário.

Conheça a seguir a programação completa e as sinopses dos filmes que serão exibidos na Mostra Documento.

* As sessões marcadas com asterisco serão seguidas por um debate sobre o filme

5/11, quarta
21h – Brasil S/A

6/11- quinta
15h – Não Me Deixe
17h – A Selva Interior
19h* – O Impenetrável
21h* – À Queima Roupa

7/11 – sexta
14h30 – Serras da Desordem
17h – Sagrado Rodoanel
19h – Bem-vindo à Colômbia
21h* – O Ato de Matar

8/11, sábado
15h – O Criador da Selva
17h – Não Me Deixe
19h – Em Nossas Mãos
21h* – Brasil S/A

9/11, domingo
15h – À Queima Roupa
17h – A Vizinhança do Tigre
19h – A Comissão da Verdade
21h30 – A Selva Interior

10/11, segunda
14h – O Ato de Matar
17h* – Brasil S/A
19h – A Quem Pertence a Terra? + Sonhos de Operárias
21h – Navajazo

11/11, terça
15h- Navajazo
17h – O Criador da Selva
19h – Minha Cabul + Check Point + Pequeno Afeganistão
21h*. Serras da Desordem

12/11, quarta
15h – A Vizinhança do Tigre
17h – À Queima Roupa
19h – O Impenetrável
21h* – Sagrado Rodoanel

 

Filmes

À Queima Roupa, de Theresa Jessouroun

Brasil, 2014. 90 minutos.

Documentário investigativo sobre a violência e a corrupção da polícia do Rio de Janeiro nos últimos 20 anos. Apresenta os fatos mais emblemáticos desse período do ponto de vista dos familiares, testemunhas, sobreviventes e demais envolvidos nos casos, como advogados, promotores e juízes. O filme parte da Chacina de Vigário Geral, em 1993, culminando com execuções cometidas em nome da lei em 2012 e 2013. Os fatos são apresentados através de entrevistas, imagens de arquivo e cenas ficcionais que reconstroem a memória dos sobreviventes das chacinas. Vencedor do Festival do Rio. Leia mais.

Exibições: 6/11 (quinta), às 21h; 9/11 (domingo), às 15h; 12/11 (quarta), às 17h

 

A Selva Interior (La Jungla Interior), de Juan Barrero

Espanha, 2013. 75 minutos.

Antes de embarcar numa viagem científica ao Pacífico, Juan convida sua namorada, Gala, a visitar a cidade onde passou a maior parte de sua infância. Durante essa visita, o casal faz planos para o futuro e profundas diferenças aparecem. Cinco meses depois, quando Juan volta da selva, ele descobre que sua vida mudará para sempre. Também exibido na 38ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

Exibições: 6/11 (quinta), às 17h; 9/11 (domingo), às 21h30

 

A Vizinhança do Tigre, de Affonso Uchoa

Brasil, 2014. 95 minutos.

Juninho, Menor, Neguinho, Adilson e Eldo são jovens moradores do bairro Nacional, periferia de Contagem (MG). Divididos entre o trabalho e a diversão, o crime e a esperança, cada um deles terá de encontrar modos de superar as dificuldades e domar o tigre que carregam dentro das veias. Vencedor da Mostra de Cinema de Tiradentes e do Festival Internacional de Curitiba.

Exibições: 9/11 (domingo), às 17h; 12/11 (quarta), às 15h

 

Brasil S/A, de Marcelo Pedroso

Brasil, 2014. 72 minutos.

No Brasil dos últimos 500 anos, Edilson esteve cortando cana-de-açúcar. Um dia, as máquinas chegaram e ele deixou o corte para se engajar em sua primeira missão espacial. Um pequeno passo para ele, um salto enorme para o Brasil. Vencedor do Festival de Brasília.

Exibições: 5/11 (quarta), às 21h; 8/11 (sábado), às 21h; 10/11 (segunda), às 17h

 

Não Me Deixe (Ne Me Quittes Pas), de Sabine Lubbe Bakker e Niels van Koevorden

Holanda/ Bélgica, 2013. 107 minutos.

Filmado na fronteira da Bélgica, Bob (Flamengo) e Marcel (Valão) dividem sua solidão, senso de humor e loucura pelo álcool. Concordaram que o suicídio é a melhor saída se as coisas forem de mal a pior. Sendo assim, escolheram o melhor lugar para realizar tal desfecho: sob a árvore da vida de Bob. Vencedor do Festival Tribeca.

Exibições: 6/11 (quinta), às 15h; 8/11 (sábado), às 17h
Navajazo, de Ricardo Silva

México, 2014. 75 minutos.

O apocalipse, como sempre o imaginamos, é apresentado por retratos de personagens em suas tentativas de sobrevivência em ambientes hostis. Tudo o que têm em comum é um ao outro e o que possuem em comum é a vontade de continuar vivendo, não importando a qual custo. Vencedor do Festival de Locarno.

Exibições: 10/11 (segunda), às 21h; 11/11 (terça), às 15h

 

O Ato de Matar (The Act of Killing), de Joshua Oppenheimer

Dinamarca/Noruega/Reino Unido, 2012. 166 minutos.

Na Indonésia, o golpe militar de 1965 levou um exército paramilitar a ser promovido a um autêntico esquadrão da morte. Em menos de um ano, mais de 1 milhão de pessoas foram executadas. Décadas depois, alguns membros desses esquadrões vivem como heróis e desejam contar orgulhosamente sua própria versão da história. Eles concordam não apenas em narrar seus assassinatos brutais, mas em reencená-los diante das câmeras, inspirados pelos filmes americanos que tanto adoram. Com produção executiva de Werner Herzog e Errol Morris, o filme levou dez anos para ser concluído. Vencedor de importantes festivais como Berlim, CPH:DOX, BAFTA, Indie Lisboa e Documenta Madrid.

Exibições: 7/11 (sexta), às 21h; 10/11 (segunda), às 14h

 

O Criador da Selva (Sobre la Marxa). de Jordi Morató

Espanha, 2014. 74 minutos.

Um homem que criou uma selva próxima à rodovia, construindo com suas próprias mãos obras belíssimas e inacreditáveis de engenharia na floresta. Essa é ainda a história de como ele acabou queimando-as até as cinzas para reconstruí-las, vez após vez, década após década. Ele é conhecido como “Garrell”, ou ainda como “Tarzan de Argelaguer” e não parece ser movido por nenhum propósito aparente, exceto um: manter-se em movimento.

Exibições: 8/11 (sábado), às 15h; 11/11 (terça), às 17h

 

Sagrado Rodoanel (Sacro Gra), de Gianfranco Rosi

Itália/França, 2013. 83 minutos.

A bordo de uma minivan, o diretor italiano Gianfranco Rosi partiu em busca de histórias e personagens que vivem à margem de um grande anel rodoviário que contorna a cidade de Roma. Deste mundo invisível, escondido atrás de uma quase infinita parede antirruído, emergem personagens como um nobre piemontês ou um botânico que luta para salvar suas palmeiras. Uma coleção de histórias sobre os bastidores de um universo em expansão. Vencedor do Festival de Veneza, é o primeiro documentário da história a receber o Leão de Ouro.

Exibições: 7/11 (sexta), às 17h; 12/11 (quarta), às 21h

 

Serras da Desordem, de Andrea Tonacci

Brasil, 2006. 135 minutos.

Carapirú é um índio nômade que após escapar do massacre de seu grupo familiar em 1977 perambula sozinho pelas serras do Brasil central até ser capturado 10 anos depois a 2.000 km de distância de seu ponto de partida. Levado para Brasília pelo sertanista Sydney Possuelo, torna-se manchete nacional e centro de polêmica criada por antropólogos e linguistas quanto à sua origem e identidade. Vencedor do Festival de Gramado.

Quando: 7/11 (sexta), às 14h30; 11/11 (terça), às 21h.

 

MOSTRA VARAN

O Impenetrável (El Imoenetrable), de Daniele Incalcaterra e Fausta Quattrini

Argentina/França, 2012. 95 minutos.

Daniele Incalcaterra herda 5 mil hectares no Chaco paraguaio – a última terra virgem, em que se espera escrever outra história, e ao mesmo tempo o lugar que pressentimos trágico, onde arriscamos viver um western clássico desembocando na conquista do Oeste: natureza selvagem a dominar, terra a colonizar, riquezas a explorar, índios a exterminar. Daniele decide devolver a terra aos índios que sempre viveram no território. Seus vizinhos – companhias petrolíferas, cultivadores de soja e criadores de gado – que desbravam a floresta, não parecem favoráveis. Vencedor de vários festivais como Veneza, Mar del Plata, Biarritz América Latina, Filmmaker Milan, Cine Espanhol de Málaga, Sicilia Ambiente, Traces de Vies Clermond Ferrand.

Exibições: 6/11 (quinta), às 19h; 12/11 (quarta), às 19h

 

Bem-vindo à Colômbia (Bienvenue en Colombie), de Catalina Villar

França/Colômbia, 2002. 65 minutos.

A Colômbia é palco de uma das guerras mais terríveis da atualidade. São 35 mil assassinatos por ano, 70 mil minas disseminadas pelo país, uma remoção a cada 10 minutos, “uma série de números assustadores que parecem neutralizar-se uns aos outros”, diz a narradora do filme. Catalina Villar é o personagem condutor dessa viagem que, no caminho inverso ao das estatísticas, nos leva a percorrer ao seu lado as ruas do país, durante um período eleitoral.

Exibição: 7/11 (sexta), às 19h

 

Em Nossas Mãos (Entre Nos Mains), de Mariana Otero

França, 2010. 88 minutos

Confrontados à falência da empresa de lingerie onde trabalham, os funcionários, majoritariamente mulheres, tentam recuperá-la sob a forma de cooperativa. À medida que o projeto ganha corpo, eles se chocam com o patrão e a realidade do mercado. A empresa torna-se então um pequeno teatro onde se encenam, em meio às peças íntimas, questões econômicas e sociais fundamentais. Os funcionários descobrem nessa aventura coletiva uma nova liberdade.

Exibição: 8/11 (sábado), às 19h.

 

A Comissão da Verdade (La Commission de la Vérité), de André Van In

França/Bélgica, 1999. 138 minutos.

Nelson Mandela, em 1995, instaura a “Comissão para a Verdade e a Reconciliação” na África do Sul, composta por 17 membros e presidida por Desmond Tutu. Por mais de um ano, vítimas, algozes, e testemunhas do Apartheid serão convidados a contar a verdade sobre o passado. Os realizadores foram autorizados a seguir em toda a sua duração esse processo que deveria permitir refundar a nação. Vencedor do Prêmio das bibliotecas do Cinéma du Réel e do Festival du Film de Bombay.

Exibição: 9/11 (domingo), às 19h

 

ATELIER VIETNÃ

A Quem Pertence a Terra? (Dat Dai Thuoc Ve Ai?)

França/Vietnã, 2009. 54 minutos.

Direção: Doàn Hông Lê

O filme se passa na região agrícola de Quang Nam, a alguns quilômetros da cidade de Da Nang, base portuária americana durante a guerra do Vietnã. Hoje, o Estado decide ceder as terras de arrozais a concessionárias estrangeiras para a instalação de um campo de golfe. Os habitantes resistem a esse projeto de expropriação.

Exibição: 10/11 (segunda), às 19h

 

Sonhos de Operárias (Giac Mo La Cong Nhan), de Thao Tran Phuong

França/Vietnã, 2006. 53 minutos.

Hanoï, zona industrial japonesa: as jovens que deixaram suas cidades no interior lutam para escapar às agências de trabalho e aos contratos precários a que conduzem a globalização do país. Tornar-se uma “verdadeira” operária é um sonho, e deveria trazer orgulho e segurança. Vencedor Festival du Réel.

Exibição: 10/11 (segunda), às 19h

 

ATELIER AFEGANISTÃO

Minha Cabul (Kabul-E-Man), de Wahid Nazir

França/Afeganistão, 2006. 22 minutos.

Jamal é motorista de táxi coletivo. Com seus passageiros, ele fala da guerra civil presente na memória de todos e encontra seus traços nas ruas da cidade. Vencedor do Festival de Kaboul.

Exibição: 11/11 (terça), às 19h

 

Check Point, de Hamed Alizadeh

França/Afeganistão, 2011. 28 minutos.

Em um dos numerosos check points da cidade, os policiais fazem rondas, expostos a todos os perigos, longe de suas casas, abrigados em conteiners onde partilham suas magras refeições e tentam dormir algumas horas.

Exibição: 11/11 (terça), às 19h

 

Pequeno Afeganistão (Afghanistan-E-Kochak), de Basir Seerat

França/Afeganistão, 2011. 30 minutos.

Longa rua de um bairro popular, onde antigas charretes-táxi disputam a passagem com os automóveis. Conflitos incessantes se opõem entre o mundo moderno e o antigo.

Exibição: 11/11 (terça), às 19h

 

Serviço

Mostra Documento

Local: CineSesc (Rua Augusta, 2075 – Cerqueira César – São Paulo – SP)

Data: De 5 a 12 de novembro de 2014

Site: http://www.sescsp.org.br/programacao/48137_DOCUMENTO#/content=programacao

Ingressos: R$ 12 (inteira); R$ 6 (meia-entrada); R$ 3,50 (comerciários) – Obs: Algumas sessões terão entrada gratuita

Telefone: (11) 3087-0500

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