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Morre o grande cineasta Andrea Tonacci

16/12/16 às 19:43 Atualizado em 16/12/16 as 19:45
Morre o grande cineasta Andrea Tonacci

Faleceu nesta sexta (16) em São Paulo, aos 72 anos, vítima de câncer pancreático, o diretor Andrea Tonacci, realizador de alguns dos maiores filmes do cinema brasileiro, como Blablabla, Bang Bang e Serras da Desordem.

Tonacci nasceu na Itália em 1944 e radicou-se no Brasil. Sua estreia como cineasta ocorreu em 1965, com o curta-metragem Olho por Olho. Em seguida, dirigiu o curta Blablabla (1968), que satiriza o discurso dos governantes em plena Ditadura Militar, e o longa Bang Bang (1971), marco do cinema de invenção.

Entre os anos de 1977 e 1983, realizou Conversas no Maranhão, trabalho nascido do seu contato com os índios Canela Apãniekra nos anos 1970. A temática voltaria a sua obra décadas depois com a obra-prima Serras da Desordem (2006), misto de documentário e ficção que reencena o massacre sofrido pela tribo Awá-Guajá e o posterior périplo do índio Carapirú.

Seu último filme, Já Visto Jamais Visto, foi lançado em 2013 e surgiu da reutilização de estudos e materiais realizados em meados da década de 1990 para um filme de ficção chamado Paixões, que, por diversos motivos, não chegou a ser concluído.

No início do ano, Andrea Tonacci recebeu uma homenagem da Mostra de Cinema de Tiradentes, que lembrou os dez anos de lançamento de Serras da Desordem.

Na ocasião, ele falou: “Você sabe por exemplo que nos festivais do exterior se você não tiver um figurão que leve o seu filme, você não põe. Eu não construo essas relações. Prefiro ficar na construção das minhas fantasias, dos meus filmes, etc., e continuo fazendo. Eu assisto a Bang Bang e me pergunto: ‘pô, que catzo, quem é que fez esse filme?’. Até o Serras eu revi ontem e não sinto mais essa proximidade como realizador, eu o assisto como um filme, uma história. Gosto do filme como espectador. E quando você fecha um filme você é o primeiro espectador dele. A primeira vez que eu vi o Serras no estúdio, quando mixou, eu chorei, fiquei emocionado, como qualquer pessoa que vai ver um filme pela primeira vez.”

O falecimento de Tonacci acontece apenas dois dias depois da morte de Ruy Weber, seu usual músico colaborador, que também enfrentava um câncer pancreático.

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