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Destaque da primeira Mostra Aurora, Ivo Lopes volta à competição em Tiradentes

30/01/15 às 18:04
Destaque da primeira Mostra Aurora, Ivo Lopes volta à competição em Tiradentes

Hoje consolidada como espaço importante para a revelação de jovens autores do cinema independente brasileiro, a Mostra Aurora, seção competitiva de longas-metragens da Mostra de Cinema de Tiradentes, começou em 2008. Naquela edição, o Júri Jovem premiou como melhor filme o documentário Sábado à Noite, de Ivo Lopes Araújo. De cineasta ascendente naquele período a diretor de fotografia conceituado nos dias atuais, o artista cearense volta agora à cidade mineira para apresentar Medo de Escuro, seu novo trabalho na direção, que fecha a programação da Aurora nesta sexta-feira (30).

“Desde aquele festival, a Alumbramento (coletivo cearense do qual Ivo faz parte) exibiu vários filmes em Tiradentes. Pude vir alguns anos para acompanhar, então estou super feliz de poder fazer parte da continuidade desse processo. É importante ter esse espaço para mostrar filmes e depois debater sobre eles”, opina Ivo, em entrevista ao Cine Festivais.

O segundo longa-metragem do diretor cearense, segundo a sinopse, fala sobre um homem solitário que vaga perdido por uma cidade pós-apocalíptica. Além disso, sabe-se que é um filme mudo que será acompanhado por música tocada ao vivo pelo próprio Ivo e por três amigos do cineasta (Uirá dos Reis, Thaís de Campos e Vitor Colares).

“É um filme que surge da vontade de fazer arte em Fortaleza. Ele junta poetas, performers, músicos, dançarinos. Tem uma história simples e parte de uma ligação com ícones e com uma atmosfera peculiar. Eu vejo o filme como um levante, vamos tentar ‘quebrar tudo’”, diz o diretor.

 

Do Ceará para o Brasil

O cearense Ivo Lopes Araújo se formou em cinema na Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro. Foi na cidade carioca que ele conheceu os irmãos Luiz e Ricardo Pretti, com quem viria a fundar o coletivo Alumbramento, que existe até hoje e é formado também por Guto Parente, Pedro Diógenes e Caroline Louise. Também foi durante a universidade que o artista passou a realizar com frequência a função de diretor de fotografia.

“Minha intenção era fazer filmes, não pensava em ser diretor de fotografia. Tinha uma experiência com fotografia analógica e pintura e acabei pegando a câmera nos trabalhos da faculdade. Aí começaram a me chamar para realizar essa função e fui assumindo esse trabalho”, conta Ivo.

O trabalho do diretor de fotografia foi sendo reconhecido aos poucos. Depois de fotografar obras cearenses como O Grão, de Petrus Cariry, Ivo Lopes Araújo deixou as fronteiras do estado natal e passou a ser um expoente do cinema nacional na área. Só nos últimos anos, ele trabalhou com os pernambucanos Marcelo Lordello (Eles Voltam) e Hilton Lacerda (Tatuagem), com o baiano Cláudio Marques (Depois da Chuva), com os mineiros Cao Guimarães (O Homem das Multidões), Helvécio Marins Jr. e Clarissa Campolina (Girimunho), com o carioca Bruno Safadi (O Uivo da Gaita) e com o paulista Marco Dutra (Quando Eu Era Vivo).

“Esses trabalhos surgiram de uma rede de encontros. Dirigir filmes na universidade me fez entrar nesse circuito de festivais, que me propiciou conhecer diretores com diversas visões de cinema e de mundo”, conta.

Segundo Ivo Lopes Araújo, o trabalho com esses diretores foram marcados por uma participação ativa no pensamento dos filmes. Com experiência tanto na função de diretor quanto na de diretor de fotografia, ele acredita que todas as funções podem servir para a construção coletiva de cada filme.

“Alguns festivais constroem uma espécie de star system no qual se deve identificar claramente o autor e o elenco como destaques. Como diretor de fotografia, eu me vejo muito como um realizador. Adoro trabalhar com diretores de arte e montadores que também sejam realizadores, por exemplo. A conversa flui para além da ideia que o mercado tenta colocar na gente de que somos apenas técnicos, e não criadores”, conclui o realizador.

 

* O repórter viajou a convite da 18ª Mostra de Cinema de Tiradentes

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