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Homenagem a Manoel de Oliveira se destaca no encerramento da 10ª CineOP

23/06/15 às 11:16 Atualizado em 24/06/15 as 23:06
Homenagem a Manoel de Oliveira se destaca no encerramento da 10ª CineOP

A 10ª edição da CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto – chegou ao fim na noite desta segunda-feira (22) com um cine-concerto executado ao vivo pelo grupo DoubleCadence, formado pelos músicos franceses Marco Pereira (piano), Maxime Roman (guitarra – que não pôde vir ao Brasil e deixou gravada a sua participação) e Céline Benezeth (violino).

Concebido para homenagear os 120 anos de invenção do cinematógrafo, os 450 anos da cidade do Rio de Janeiro, o recém-falecido diretor português Manoel de Oliveira e os 10 anos da CineOP, o espetáculo exibiu alguns dos primeiros filmes dos irmãos Lumière (inventores do cinema);  o curta-metragem Douro, Faina Fluvial, de Manoel de Oliveira; alguns filmes amadores com imagens do Rio de Janeiro entre as décadas de 20 e 80; e também trabalhos de oficinas oferecidas pela 10ª CineOP.

O principal destaque entre os filmes exibidos foi o curta-metragem de Manoel de Oliveira, realizado em 1931, que acabou se tornando seu único trabalho silencioso. Trata-se de um documentário que adota o Rio Douro, que beira a cidade do Porto, como elemento central, para mostrar a paisagem e a rotina dos habitantes que rodeiam o local. Há ali nítida influência do cinema soviético da época, e também se nota um talento cinematográfico, principalmente nos enquadramentos, que viria a desabrochar posteriormente.

Em uma mostra que adotou como temática principal a discussão sobre a representação do negro no cinema brasileiro, os filmes amadores que retratam a elite carioca podem ter parecido fora do lugar na sessão de encerramento. No entanto, o uso cômico de imagens antigas com áudios atuais – como em uma narração do programa Fantástico, da TV Globo, em que uma mansão milionária é apresentada enquanto vemos imagens de um casarão antigo – ajuda na constatação de que muito pouco mudou nessa representação em quase cem anos, atiçando uma percepção crítica no espectador que queira pensar a esse respeito.

O único festival do país a tratar os filmes como patrimônio – e, a partir disso, dar protagonismo à importância da sobrevivência de trabalhos feitos no passado e ainda relevantes no presente –, a 10ª CineOP beneficiou mais de 15 mil pessoas ao longo de seis dias de programação oferecida gratuitamente ao público.

Por fim, a organização do evento já anunciou a data em que acontecerá a 11ª CineOP: a mostra estará de volta a Ouro Preto de 22 a 27 de junho de 2016.

 

*O repórter viajou a convite da 10ª CineOP

 

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