facebook instagram twitter search menu youtube envelope share-alt bubble chevron-down chevron-up link close dots right left arrow-down whatsapp back

Homenageado em festival, Carlos Sorín destaca nova geração argentina

02/06/15 às 10:50 Atualizado em 14/10/19 as 21:43
Homenageado em festival, Carlos Sorín destaca nova geração argentina

O diretor argentino Carlos Sorín é o principal homenageado do 5º Cinerama.BC – Festival Internacional de Cinema em Balneário Camboriú, que vai até o próximo dia 4 de junho. Filha Distante, seu último trabalho, foi escolhido para ser exibido na abertura do festival, e o encerramento trará Histórias Mínimas, outra realização do cineasta.

Em conversa com o Cine Festivais, Sorín falou a respeito da homenagem recebida em Balneário Camboriú, comentou a relação entre os cinemas brasileiro e argentino e destacou a nova geração de cineastas de seu país. Leia a seguir o bate-papo com o cineasta.

 

Cine Festivais: Atualmente você está recebendo uma homenagem no Brasil. Você acha que, neste momento, é possível que haja o contrário, ou seja, que o cinema brasileiro seja homenageado na Argentina?

Carlos Sorín: Sim, entendo que é possível. De qualquer maneira, não se vê muitos filmes brasileiros comercialmente em Buenos Aires, salvo em alguns festivais, como tampouco se vê o cinema argentino aqui. Me parece que este é um tema a ser trabalhado. Somos países com fronteiras comuns, e o cinema é a melhor maneira de entender ao outro.

É necessário que os filmes brasileiros estreiem na Argentina e que os filmes argentinos estreiem no Brasil. Isso me parece mais importante do que as coproduções, porque, em geral, não é fácil encontrar histórias em que podemos compartilhar personagens e temáticas.

 

CF: Qual é a sua relação com o cinema brasileiro do passado e do presente?

CS: No passado a minha relação foi com o Cinema Novo, que estava em apogeu quando eu comecei a fazer filmes, no fim dos anos 60 e começos dos 70. Depois disso, assisti a poucos filmes brasileiros em festivais. Em Buenos Aires, com exceção de filmes com muito êxito comercial, como Cidade de Deus, não é possível assistir a filmes brasileiros.

 

CF: Como tem sido a sua experiência aqui em Balneário Camboriú? Quais são as suas impressões sobre o festival?

CS: É um festival muito amigável, familiar e afetuoso, ao contrário de festivais grandes, que são mais anônimos. É um evento feito por gente de cinema para quem gosta de cinema. Acho muito interessante que haja festivais em lugares como Balneário Camboriú, onde as atrações geralmente se resumem às praias e ao turismo.

 

CF: O que pensa sobre o atual cenário do cinema argentino? Qual diretor te chama mais atenção?

CS: Hoje em dia existem dez, doze bons diretores na Argentina. O mais importante do nosso cinema é o fato de haver uma boa quantidade de realizadores muito jovens. É uma geração de cineastas que estão entre os 25 e os 30 anos e que tem pessoas talentosas.

A Argentina produz entre 100 e 120 longas-metragens (documentário e ficção) por ano, são muitos filmes. Entre esses, 80 são muito ruins, mas há 20 que valem a pena. Por isso temos alguns nomes que já tem uma inserção no mercado internacional.

Gosto muito de Santiago Mitre, diretor que foi premiado recentemente na Semana da Crítica do Festival de Cannes com o filme La Patota, seu segundo longa-metragem.

 

CF: O que te motiva a continuar a continuar realizando filmes? Qual é o seu próximo projeto?

CS: Continuo a filmar porque vivo disso, é o meu trabalho. É como perguntar a um carpinteiro por que vai seguir fazendo móveis. As temáticas que me motivam são aquelas que têm a ver com a condição humana, como a esperança, a morte, a culpa.

Meu próximo filme vai se chamar Eterna Juventude e será filmado em Buenos Aires e, na maior parte, no Equador.

 

*O repórter está hospedado em Balneário Camboriú a convite da organização do 5º Cinerama.BC

Entre em contato

Assinar

Siga no Cine Festivais