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Homenageada em Tiradentes, Dira Paes pede mudança em papéis femininos

24/01/15 às 17:12 Atualizado em 24/01/15 as 17:20
Homenageada em Tiradentes, Dira Paes pede mudança em papéis femininos

A carreira da atriz Dira Paes no cinema começou há 30 anos, quando foi escolhida pelo diretor inglês John Boorman para participar da superprodução A Floresta das Esmeraldas. “Na época eu tinha terminado o vestibular para ciências exatas. Eu achava que, se fosse engenheira, iria conviver com o mundo masculino, era um desejo que não sei por que eu tinha”, conta Dira.

Hoje uma atriz consagrada no cinema e na televisão, Dira Paes é a grande homenageada da 18ª Mostra de Cinema de Tiradentes. Na noite desta sexta-feira (23), ela recebeu o Troféu Barroco, que a cada ano homenageia figuras de destaque no audiovisual brasileiro.

Por outra via, o desejo de conviver com um universo masculino se concretizou, pois o cinema é também um meio em que protagonistas e temáticas ligadas ao homem ainda são maioria. Ciente disso, Dira Paes tem como uma das metas para os próximos filmes a escolha por papéis que combatam certos estereótipos.

“Acho que é preciso descolar a mulher desse papel sentimental que ela exerce no cinema. Muitas personagens femininas se focam na questão emocional e aparecem ligadas a questões do homem. Eu quero ver filmes que falem da mulher em relação ao mundo, com um papel de pensadora e transformadora da sociedade”, afirma a atriz.

Dira Paes priorizou trabalhos no cinema durante a maior parte da carreira. Só nos últimos dez anos que a divisão de obras cinematográficas com aquelas voltadas para a TV e o teatro se acentuou. Durante essa trajetória, a atriz frequentou diversos festivais de cinema, eventos que, na sua visão, “sustentaram o cinema brasileiro” durante muitos anos, mesmo em períodos de crise.

“O cinema só não tem um público maior porque não temos uma educação que proporcione contato com ele desde cedo. Quem é picado por essa magia não consegue viver longe disso. Se você me perguntar qual é a minha maior diversão, vou dizer que é ir ao cinema, ver um bom filme e depois sair para falar sobre ele, ter uma boa mesa de debate”, disse Dira, logo após… uma mesa de debate que discutiu a sua trajetória no cinema.

A homenagem da Mostra de Tiradentes para Dira Paes também é composta pela exibição de filmes em que a atriz contracena. Na abertura, houve a exibição do inédito Órfãos do Eldorado, filme de Guilherme Coelho baseado na obra literária homônima de Milton Hatoum. A programação também traz outros trabalhos com Dira: Corisco e Dadá, de Rosemberg Cariry; Amarelo Manga, de Cláudio Assis; e O Segredo dos Diamantes, de Helvécio Ratton.

 

* O repórter viajou a convite da 18ª Mostra de Cinema de Tiradentes

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