A 38ª Mostra de São Paulo vai exibir cerca de 330 filmes entre os dias 16 e 29 de outubro. Para facilitar a escolha do leitor, o Cine Festivais criou um guia para o evento, no qual agrupou filmes que se relacionam de alguma maneira. Veja a seguir os trabalhos que fazem parte de cada grupo.
(Clicando no tema de seu interesse, o leitor será direcionado para os filmes desse grupo. Para regressar ao topo, basta clicar no botão “voltar” em seu navegador. Para conhecer os horários de exibição dos filmes, clique no nome das obras).
– Filmes premiados em festivais brasileiros
– Filmes premiados em festivais estrangeiros
– Documentários sobre profissionais do cinema
– Filmes sobre crises de relacionamento
– Filmes sobre artistas brasileiros
– Filmes sobre amadurecimento de jovens
– Filmes relacionados à Segunda Guerra Mundial
– Filmes coletivos, com vários diretores
– Documentários sobre comunidades alternativas
– Filmes de ficção com teor metalinguístico
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Filmes premiados em festivais brasileiros
– Branco Sai, Preto Fica, de Adirley Queirós
Tiros em um baile de black music na periferia de Brasília ferem dois homens. Um terceiro vem do futuro para investigar o acontecido e provar que a culpa é da sociedade repressiva. Vencedor do Festival de Brasília.
– A História da Eternidade, de Camilo Cavalcante
Em um pequeno vilarejo no sertão, três histórias de amor e desejo mudam a paisagem afetiva de seus moradores. Personagens de um mundo romanesco, no qual suas concepções de vida estão limitadas de um lado pelos instintos humanos, do outro por um destino cego e fatalista. Vencedor do Festival de Paulínia.
– Sangue Azul, de Lírio Ferreira
Anos depois, Zolah volta à ilha de sua infância e reencontra a mãe Rosa e a irmã Raquel. Tentando resgatar um passado interrompido, ele busca o amor da infância e a coragem para enfrentar suas angústias e medos. Vencedor do Festival do Rio.
– A Despedida, de Marcelo Galvão
Almirante é um homem de 92 anos de idade que decide se despedir de tudo o que é mais importante em sua vida e viver a última noite de amor com Fátima, a amante 55 anos mais nova. Sua vida já deu sinais claros de que está chegando ao fim, o que torna a experiência densa, profunda e urgente. Vencedor de quatro prêmios no Festival de Gramado, incluindo, melhor ator (Nelson Xavier), melhor atriz (Juliana Paes) e melhor diretor (Marcelo Galvão).
– Casa Grande, de Fellipe Barbosa
O filme explora questões de classe e privilégio através da história de Jean, um adolescente rico que luta para escapar da superproteção dos pais, secretamente falidos. Enquanto a família entra em decadência moral e financeira, os empregados da casa têm que enfrentar as inevitáveis demissões. Vencedor do Prêmio Especial do Júri no Festival de Paulínia.
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Filmes premiados em festivais estrangeiros
– Winter Sleep, de Nuri Bilge Ceylan
Aydin administra um pequeno hotel na Anatólia com sua esposa Nihal, com quem tem uma relação turbulenta, e com sua irmã Necla, que ainda sofre com o recente divórcio. No inverno, com a neve cobrindo pouco a pouco a paisagem da estepe, o hotel torna-se um refúgio, mas também o teatro dos seus conflitos. Vencedor da Palma de Ouro e do Prêmio da Crítica no Festival de Cannes.
– Um Pombo Pousou Num Galho Refletindo Sobre A Existência, de Roy Andersson
Dois homens cansados da vida estão numa viagem de negócios, vendendo artefatos engraçados que mostram uma percepção sobre o mundo caótico do presente, o passado e o futuro – um mundo de sonhos e fantasias. Vidas diversas e circunstâncias que desfilam à nossa frente, nos lembrando ambas da grandeza da vida e da vulnerabilidade do homem. Vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza.
– Do Que Vem Antes, de Lav Diaz
Filipinas, 1972. Coisas misteriosas começam a acontecer num bairro distante. Lamentos são ouvidos vindos da floresta. Um homem é encontrado sangrando até a morte numa encruzilhada e casas são queimadas. As operações militares estão se tornando rotina. Milícias violentas comandam o interior do país. O ditador Ferdinando Marcos anuncia o Decreto n° 1081, colocando todo o país sob lei marcial. Vencedor do Leopardo de Ouro de melhor filme no Festival de Locarno.
– As Noites Brancas Do Carteiro, de Andrei Konchalovskiy
Num vilarejo russo distante de tudo, a única maneira de alcançar o continente é atravessando um lago de barco. O lugar é uma espécie de comunidade fechada, onde apesar das tecnologias modernas as pessoas da aldeia vivem do mesmo modo que fariam no período neolítico. Não há governo ou qualquer tipo de serviço social ou emprego. Um carteiro se torna a única ligação com o mundo exterior. Ele se apaixona por uma mulher do vilarejo; ela escapa de lá e se muda para a cidade. Vencedor do prêmio de melhor direção no Festival de Veneza.
– Foxcatcher – Uma História que Chocou o Mundo, de Bennett Miller
Baseado em fatos reais, o filme narra a sombria e trágica história da relação entre o excêntrico multimilionário John du Pont, que forma uma equipe para treinar para os Jogos Olímpicos de Seul em 1988 em seu novo centro de treinamento, e os irmãos Mark e Dave Schultz, campeões olímpicos de luta. Vencedor da Palma de melhor direção no Festival de Cannes.
– Leviatã, de Andrey Zvyagintsev
Kolia vive numa pequena cidade próxima ao Mar de Barents, no norte da Rússia. Ele é dono de uma oficina mecânica, que fica ao lado da casa onde vive com sua jovem esposa Lilya e seu filho Roma, de um casamento anterior. O prefeito da cidade pretende se apropriar do terreno onde estão a oficina e a casa. Inicialmente o prefeito tenta subornar Kolia, que não consegue lidar com a ideia de perder tudo o que tem – não só seu terreno, mas também toda a beleza que o rodeia desde que nasceu. O prefeito passa então a ser mais agressivo em suas tentativas. Vencedor da Palma de melhor roteiro no Festival de Cannes.
– As Maravilhas, de Alice Rohrwacher
Nada será como antes ao término do verão para Gelsomina e suas três irmãs mais novas, quando as regras rígidas que mantêm sua família unida começarem a ruir. Vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes.
– A Gangue, de Miroslav Slaboshpitskiy
Sergey, um jovem surdo-mudo, começa a estudar num internato especializado que abriga secretamente uma rede de crime e prostituição entre seus estudantes, “a tribo”. Quando ele conhece Anna, uma das amantes do líder da gangue, ele acaba quebrando uma das regras veladas da tribo. Um filme rodado em linguagem de sinais e sem narração ou legendas, já que o amor e o ódio não precisam de tradução. Vencedor do Grande Prêmio da Semana da Crítica no Festival de Cannes.
– Força Maior, de Ruben Ostlund
Ebba e Tomas decidem passar cinco dias de férias esquiando nos Alpes franceses com seus dois filhos. Tomas deve passar mais tempo com a família, pois Ebba acha que ele trabalha demais. Quando os quatro almoçam num restaurante nas montanhas, uma avalanche se aproxima rapidamente e ameaça soterrar o local. Nenhum deles fica ferido, mas a atitude de Tomas durante o incidente pode causar danos irreparáveis. Prêmio do Júri na mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes.
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Documentários sobre profissionais do cinema
– Charles Chaplin: A Lenda do Século, de Anne Le Bouch e Frederic Martin
Novo documentário sobre Charles Chaplin celebrando 100 anos do icônico personagem Carlitos. O comediante inglês fica famoso durante a era do cinema mudo após superar a pobreza, mas passa os próximos anos lutando contra polêmicas e buscando controle sobre sua obra. A história de um gênio perfeccionista.
– Katherine Hepburn – A Grande Kate, de Rieke Brendel e Andrew Davies
Katharine Hepburn personificava a mulher moderna independente, a estrela aventureira de personalidade forte. Única mulher a receber quatro Oscars de melhor atriz, ela era a estrela que sabia exatamente como dirigir e vender sua imagem em Hollywood. Reunindo suas entrevistas para a televisão e material de arquivo, o documentário mostra Hepburn discutindo vida e carreira de forma aberta.
– Jia Zhangke – Um Homem de Fenyang, de Walter Salles
Um retrato afetivo do jovem realizador chinês que, para muitos, se tornou um dos mais importantes cineastas de nosso tempo. Para este documentário dirigido por Walter Salles, Jia Zhangke volta aos locais de rodagem de seus filmes, junto com seus atores, amigos e colaboradores mais próximos.
– Flores de Taipei – O Novo Cinema de Taiwan, de Chinlin Hsieh
Em 1982, um pequeno grupo de cineastas taiwaneses reinventaram o cinema asiático, entre eles Hou Hsiao-Hsien, diretor de Flores de Xangai e A Viagem do Balão Vermelho; e Edward Wang, cineasta de Os Terroristas e As Coisas Simples da Vida, morto em 2007. Viajando da Europa até a América Latina e a Ásia, o filme tenta medir a influência global do Novo Cinema Taiwanês.
– Marin Karmitz: Uma Vida nos Filmes, de Felix Von Boehm
O filme reconta o percurso pessoal e profissional de Marin Karmitz, fundador do grupo MK2, acompanhando-o por alguns dos lugares de sua trajetória: de Cannes, para a Suíça e de lá para Nice, onde chegou na França como refugiado em 1947. Com entrevistas de Marin Karmitz e depoimentos de Abbas Kiarostami, Michael Haneke, Agnès Varda, Juliette Binoche, Christian Boltanski e Caroline Eliacheff.
– Filmar Obstinadamente: Um Encontro com Patricio Guzmán, de Boris Nicot
Um retrato do cineasta chileno Patricio Guzmán e da trajetória de seu cinema, marcado pelo registro da história recente do Chile. De A Batalha do Chile (1975-79), um marco do cinema direto que conta os últimos meses de Salvador Allende e da Unidade Popular Chilena, a Nacre Button, seu novo filme em preparação, Guzmán revela sua personalidade e sua visão sobre cinema.
– Sobre O Muro, de Patrick Blossier
Documentário sobre o exílio do cineasta turco Yilmaz Güney e como ele dirigiu seu último filme, O Muro (1983), situado na Turquia, dentro de um mosteiro francês.
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Filmes sobre crises de relacionamento
– Pare ou Eu Sigo em Frente, de Sophie Fillières
Seu filho crescido saiu de casa, a mesa do escritório está cheia de formigas e seu marido corre atrás do ônibus e a deixa parada na rua. A vida de Pomme se tornou um apanhado de decepções. Ao longo dos anos, Pomme e Pierre se distanciaram e a sua relação, embora não esteja morta, já não está mais muito viva. Até a tentativa de tomar champanhe a dois falha quando a garrafa explode no freezer. Um dia, eles saem para caminhar e Pomme decide ficar na floresta, sozinha.
– A Pequena Morte, de Josh Lawson
Uma comédia que explora as vidas sexuais secretas de vários casais que moram em Sydney. Um casal tem dificuldades com o sexo quando a mulher só consegue ficar excitada ao ser assediada. Outra mulher só consegue ficar satisfeita quando o namorado chora. Um homem descobre um aspecto novo de sua personalidade após deixar a mulher inconsciente. Uma brincadeira entre um casal vai tão longe que acaba não tendo nada a ver com sexo.
– Com Outros, de Nasser Zamiri
A relação de Arezoo e Amir-Hossein entra em crise quando eles descobrem que não podem ter filhos. Só existe uma solução: uma barriga de aluguel. Tahereh, amiga próxima e colega de Arezoo, pode abrir um novo horizonte na vida do casal. Mas quando Yaghoub, o ex-marido de Tahereh, sai temporariamente da prisão, tudo se complica.
– Lua de Mel, de Jan Hrebejk
A cerimônia de casamento de Tereza e Radim parece estar indo perfeitamente bem, até que um jovem misterioso aparece sem ser convidado. Ele aparenta ser amigo do noivo e os convidados se encantam com ele. Quando todos se juntam na mesa de casamento, começam a surgir furos na fachada de romance do casal.
– Eu Não Estou Com Raiva!, de Reza Dormishian
Navid interrompeu seus estudos na universidade por causa do trabalho e de suas crenças, e está tentando não ficar com raiva quando pensa nas injustiças sociais no Irã. Ele está penando para manter um padrão mínimo de vida e não perder seu amor, Setareh.
– Período de Gestação, de Nathan Silver
Nina, uma adolescente grávida, se muda para uma casa que abriga meninas na mesma situação. Enquanto ela se aproxima das novas amigas, afasta-se de Chase, seu jovem namorado desempregado. A tensão aumenta na casa quando Robbie, o empregado de 30 anos em crise no casamento, começa a se aproximar de Nina, numa relação difícil de definir.
– Algum Lugar Belo, de Albert Kodagolian
Dois triângulos amorosos colidem quando Elena acompanha seu marido fotógrafo numa viagem de trabalho, apaixonando-se pela beleza da Patagônia e pelo homem que os guia em sua viagem. Enquanto isso, Albert, um diretor, volta para sua casa em Los Angeles e se prepara para ser um pai solteiro, em consequência do fim do seu casamento. Inspirado no filme Calendário (1993), de Atom Egoyan.
– Vagando no Meio do Nada, de Diep Hoang Nguyen
O jovem casal Huyen e Tung vive longe de suas famílias, em Hanói. Os dois passam a maior parte do tempo tendo relações sexuais, sem se preocupar em pagar as contas. Tudo muda quando Huyen descobre que está grávida. Ela convence Tung que não quer ter o bebê, mas como eles vão conseguir pagar pelo aborto?
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Filmes sobre artistas brasileiros
– Cássia, de Paulo Henrique Fontenelle
Cássia Eller é uma figura icônica da música brasileira. Sua breve passagem pelo cenário musical nos anos 90 deixou uma marca inegável na cultura brasileira. Sua morte, em 2001, teve uma repercussão nacional que se estende até hoje por conta da guarda de seu filho Francisco, que ficou com sua parceira, Eugênia, a quem ele tem como mãe. Com seu talento e carisma, expôs tabus e demonstrou sua força como pessoa pública.
– Brincante, de Walter Carvalho
O filme é um lírico olhar sobre o universo de Antônio Nóbrega. Põe em cena o trabalho de uma vida, que se caracteriza pela consistente leitura da cultura popular, valorizando seu imaginário e universo simbólico, e atualizando-a dentro de uma compreensão contemporânea.
– Trinta, de Paulo Machline
A trajetória de Joãosinho Trinta, artista autodidata que deixou São Luís, no Maranhão, para se tornar bailarino no Rio de Janeiro. Em 1974, ao substituir Fernando Pamplona no desfile da Acadêmicos do Salgueiro, ele descobre sua verdadeira vocação: a de carnavalesco. Seu trabalho revolucionou o carnaval do Rio de Janeiro e o credenciou como um dos artistas brasileiros mais inovadores de todos os tempos.
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Filmes sobre amadurecimento de jovens
– Ausência, de Chico Teixeira
Serginho é um adolescente que está na fase “entre ser menino e homem” depois que seu pai abandonou a família. Ele agora é o homem da casa, tomando conta da mãe e do irmão mais novo enquanto trabalha na feira e mantém sua amizade com Mudinho e Silvinha. Ele tem uma relação confusa, entre o sexo e o afeto, com o professor Ney, que tem idade para ser seu pai.
– A Noite Acalmou, de Steve Clark
Em 1983, Oliver Nicholas, um garoto de 13 anos, não vê a hora de entrar no mundo de sexo, drogas e álcool de Nova York. Um dia, ele fica traumatizado com o derrame de Aida, sua empregada chilena de 65 anos. Com sua verdadeira figura materna ausente, o que deveria ser um rito de passagem alegre logo se torna um grande pesadelo.
– Ciências Naturais, de Matías Lucchesi
Lila cresce num internato isolado nas montanhas frias da Patagônia. Ela acabou de fazer doze anos e deseja muito encontrar seu pai biológico, mas tudo que ela tem dele é uma pequena placa de metal, e sua mãe se recusa a lhe contar qualquer coisa sobre o passado. Quando Lila tenta fugir a cavalo, sua professora decide ajudá-la a procurar o pai. As duas começam uma jornada que vai ajudar Lila a entender suas origens, assim como o mundo ao seu redor.
– Esperando Agosto, de Teodora Mihai
Georgiana, uma garota de 15 anos, precisa cuidar de seus seis irmãos num pequeno apartamento na Romênia após sua mãe ir trabalhar na Itália. Nos próximos meses, ela lidará com as personalidades complicadas em sua casa, assim como suas próprias fraquezas, entre a adolescência e a maturidade.
– Jack, de Edward Berger
Jack tem apenas dez anos de idade e é responsável por cuidar de si e de seu irmão Manuel. Sua mãe trabalha durante o dia e muitas vezes sai à noite. Um dia, Manuel se queima com água quente durante o banho, e Jack é responsabilizado pelo acidente. Isso é motivo suficiente para o serviço social colocá-lo num outro lar, onde ele logo se mete em problemas. Jack volta pra casa, mas se depara mais uma vez com a ausência da mãe, o que faz ele e Manuel percorrerem a cidade à sua procura.
– Macondo, de Sudabeh Mortezai
Ramasan, um garoto de 11 anos da Chechênia, cresce num acampamento de refugiados perto de Viena, onde 2.000 imigrantes procuram abrigo longe de seus países de origem. Enquanto alguns de seus amigos se debatem contra as regras do novo país, Ramasan fica dividido entre os costumes da Chechênia e seu novo ambiente. Entre o documentário e a ficção, o filme conta uma história de amadurecimento e identidade.
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Filmes relacionados à Segunda Guerra Mundial
– Tsili, de Amos Gitai
Durante a Segunda Guerra Mundial, a jovem judia Tsili se esconde nas florestas de Chernivtsi, na Ucrânia, após toda sua família ser deportada para os campos de concentração. Marek, outro refugiado judeu, a encontra e fala com ela em ídiche. Os dois conseguem se entender até o dia em que Marek vai à vila procurar comida e não volta mais. Inspirado no romance de Aharon Appelfeld, o filme conta a história da jornada de uma mulher mergulhada no pesadelo da guerra.
– Wolf, de Claudio Giovannesi
Na fase final da Segunda Guerra, o rabino-chefe Benjamin Murmelstein foi deportado com sua família para o campo de concentração Terezin, perto de Praga. Apontado como diretor do gueto, ele teve o dever de representar as autoridades nazistas no local. Após a liberação, Murmelstein foi julgado por assassinato e mais tarde absolvido. Desde então, seu filho Wolf dedicou a vida a preservar a memória do pai, tentando construir uma imagem mais complexa do papel que Benjamin tinha em Terezin. Mostrando um encontro entre Wolf e o psicanalista David Meghnagi, especialista em psicologia de sobreviventes da Shoah, o documentário mostra a relação de um filho com a memória do pai.
– Um Assunto de Mulheres, de Claude Chabrol
Marie é uma mulher que cuida de seus dois filhos num cortiço durante a ocupação nazista na França, na Segunda Guerra. Seu marido, Paul, retorna do fronte, mas muito fraco para conseguir um emprego. Marie descobre então que pode sustentar sua família realizando abortos.
– A Criação do Sentido, de Simone Rapisarda Casanova
Situado nos Alpes Toscanos, onde as tropas alemãs massacrarem centenas de civis durante a Segunda Guerra Mundial, o filme segue a rotina de Pacifico, um pastor que nasceu no início da guerra naquelas paisagens. O filme mistura ficção, documentário e antropologia para explorar a natureza transitória do sentido da vida. E captura o que Borges chama de Aleph, onde o passado, o presente e o futuro se coincidem.
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Filmes coletivos, com vários diretores
– As Pontes de Sarajevo, de Aida Begic, Jean-Luc Godard e outros
Treze diretores europeus de diferentes gerações e origens oferecem seus pontos de vista singulares sobre Sarajevo.
– Falando com Deuses, de Guillermo Arriaga, Emir Kusturica e outros
O longa coletivo explora a relação entre diferentes culturas e religiões. Espiritualidade aborígene, catolicismo, islamismo, judaísmo, budismo e xintoísmo, cristianismo ortodoxo, umbanda, hinduísmo, assim como o ateísmo encontram expressão no filme.
– O Quarto dos Ratos, de Nermeen Salem, Mohamed Zedan e outros
Seis personagens diferentes em Alexandria lutam contra seus medos. Amr visita seu pai no leito de morte, tentando recuperar o tempo perdido com ele. Moussa passa o dia num esforço continuo para atravessar uma rua. Dahlia se preocupa com o dia do seu casamento. Uma menina observa o estado de saúde da avó piorar a cada dia. Após a morte do marido, Rawya não consegue mais dormir cedo e descobre uma excitante vida noturna. Maha está decidida a deixar o país, abandonando tudo o que conhece.
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Documentários sobre comunidades alternativas
– A Floresta é Como as Montanhas, de Christiane Schmidt e Didier Guillain
A história de uma pequena comunidade que vive fora dos limites da civilização; um mundo que ainda consegue manter toda a sua sabedoria e conhecimento, apesar de ameaçado de extinção. É também a história de um lugar especial, onde pequenos milagres acontecem todos os dias.
– Uma Cadeira Para Um Anjo, de Raymond St-Jean
O documentário apresenta o legado cultural dos Shakers, uma das mais bem-sucedidas comunidades utópicas dos EUA. Trata-se de uma comunidade religiosa de artesãos, cujo lema “a beleza repousa sobre a utilidade” inspirou a criação de um mobiliário minimalista e de projetos arquitetônicos que influenciaram o funcionalismo moderno.
– Costa da Morte, de Lois Patiño
Costa da Morte é uma região no nordeste da Galícia que ficou conhecida no período romano como sendo “o fim do mundo”. O nome dramático vem dos inúmeros naufrágios que aconteceram durante a história nesta área feita de rochas, névoas e tempestades. Os cineastas atravessam a terra observando as pessoas que ali vivem, como os pescadores e madeireiros. Pessoas que mantêm ao mesmo tempo uma relação íntima e uma batalha antagônica com a vastidão do território.
– Yorimatã, de Rafael Saar
Em meio ao movimento hippie dos anos 70, Luhli e Lucina vivem o cotidiano criativo de uma comunidade alternativa. Com cerca de 800 composições no currículo, do violão aos tambores artesanais que constroem e tocam, elas vivem um relacionamento a três com o fotógrafo Luiz Fernando Borges da Fonseca, que registra tudo em filmes Super 8mm. Um filme sobre a liberdade e a busca das raízes primitivas culturais brasileiras.
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Filme de ficção com teor metalinguístico
– Acima das Nuvens, de Olivier Assayas
No auge da carreira, Maria Enders é convidada para atuar numa remontagem da peça que a tornou famosa há 20 anos. Naquela primeira versão, ela atuou no papel de Sigrid, uma jovem sedutora que leva sua chefe, Helena, ao suicídio. Agora, no entanto, ela é convidada para o outro papel, o de Helena. Maria viaja com sua assistente para ensaiar em Sils Maria, uma região remota dos Alpes. O papel de Sigrid é dado a uma jovem estrela em ascensão em Hollywood com uma inclinação para polêmicas.
– Os Iludidos, de Jonás Trueba
Leon, um cineasta ingênuo, acabou de rodar um filme e ainda não começou seu próximo projeto – uma espécie de limbo. Um filme sobre a vontade de fazer cinema, ou sobre o que alguns diretores fazem quando não estão fazendo filmes; sobre perder tempo e sobre o tempo perdido; sobre conversas, bebedeiras, lanches e rotinas; sobre as caminhadas que você faz deixando o cinema; sobre estar apaixonado, estar só e estar com amigos, enquanto cria memórias para um próximo filme.
–Os Tontos e os Estúpidos, de Roberto Castón
Um grupo de profissionais do cinema está dentro de um estúdio com o diretor, ensaiando Os Tontos e os Estúpidos e demonstrando a evolução do processo criativo. O que simplesmente começou como uma história capturada pelo processo do roteiro torna-se um filme, uma grande ilusão de óptica, cheia de truques visuais que ajudam as massas a se divertirem com o que veem na tela.
– O Mestre dos Brindes, de Eric Boadella
Kapriel vive recluso em Glendale, Califórnia, longe da família. Ele vê na visita de seu sobrinho Alek, à espera do segundo casamento de sua mãe, a oportunidade perfeita para passar ao garoto a tradição de família. Mas Alek tem seus próprios planos para o fim de semana, que não incluem aprender a arte há muito perdida do brinde. Alek pretende fazer um filme sobre quem ele acredita ser o homem mais perigoso da máfia armênia: seu tio Kapriel.
– Mais Perto da Lua, de Nae Caranfil
Bucareste, 1959. Cinco membros judeus com altos cargos no Partido Comunista da Romênia, heróis do período da resistência, executam um assalto espetacular a um banco fingindo que estão rodando um filme. Eles são presos e condenados à morte, mas não antes de serem forçados a reencenar o assalto num falso filme de propaganda. Eles aproveitam a oportunidade para transformar essa situação absurda em comédia. Baseado em fatos reais.
– Na Pior das Hipóteses, de Franz Muller
Tudo pode sempre piorar? Não para a figurinista Olga e para o diretor Georg. Eles acabaram de se separar e agora estão presos um ao outro num camping na Polônia, filmando uma comédia. As gravações se transformam em pesadelo: atores e o roteiro são alterados com frequência, e todo dia alguém da equipe abandona o filme. O fato de Olga estar grávida se torna um mero detalhe, enquanto Georg, histérico, tenta cumprir o seu destino artístico e concluir o filme, contrariando todas as probabilidades.
– O Cuco e o Burro, de Andreas Arnstedt
Após a morte de sua mãe, Conrad Weitzmann resolve fazer um filme sobre a relação de seus pais. Ele escreve um roteiro e entra em contato com uma emissora de TV, onde conhece Stuckradt Halmer, um produtor que demonstra entusiasmo com o projeto. Mas, depois de cinco anos de trocas de e-mails, novas versões do roteiro e inúmeras alterações a pedido da emissora – em que resta muito pouco da história original – Conrad finalmente percebe que o filme nunca será feito. Junto com seu pai, ele decide então sequestrar Halmer.
– Carta a Um Pai, de Edgardo Cozarinsy
Um escritor e diretor argentino parte em busca do passado de seu pai e descobre ligações inesperadas em sua genealogia em Entre Ríos. Seu avô foi um dos judeus nativos dos pampas no fim do século 19, e seu pai foi um oficial da Marinha. A história de uma família com raízes profundas na história argentina, com as contradições subjacentes a toda a identidade.
– Anna, de Massimo Sarchielli e Alberto Grifi
No início dos anos 70, dois cineastas italianos acolhem Anna, uma viciada de 16 anos que estava grávida. Eles filmaram sua adaptação da vida nas ruas para uma vida normal usando uma câmera de vídeo, que na época ainda era uma raridade. Transferido para 16mm e recentemente restaurado pelo laboratório L`Immagine Ritrovata, o filme é um registro da dinâmica entre o cineasta e seu tema.
– Pepe, o Andaluz, de Alejandro Alvarado e Concha Barquero
Ainda na infância, disseram para o diretor Alejandro Alvarado que seu avô, Pepe, havia morrido. Mais tarde, ele ficou sabendo que na realidade, depois da Guerra Civil Espanhola, seu avô tinha se mudado para a Argentina, em busca de uma vida melhor. Uma história sobre a guerra e suas consequências – pobreza, exílio e repressão – que esconde descobertas inesperadas.
– O Jardim e o Amor dos Meus Pais, de Peter Liechti
O filme mostra o reencontro entre o diretor e seus pais, já idosos, numa tentativa de revisão pessoal do passado. O pai gosta de ordem e tem controle sobre tudo. A mãe reza e fala sobre sua solidão. Os dois são totalmente diferentes, com opiniões e interesses opostos, mas estão casados há 62 anos. Último trabalho do diretor Peter Liechti.
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