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Fazem “artivismo”, diz Tata Amaral sobre artistas retratados na série de curtas Rua!

29/08/14 às 12:10
Fazem “artivismo”, diz Tata Amaral sobre artistas retratados na série de curtas Rua!

Para quem vive em uma cidade como São Paulo, é difícil negar que a rua é um dos personagens principais de nossas vidas. Esse local, e o que nasce dele, é o foco da série de curtas-metragens Rua!, presente na mostra Estado Crítico, um dos programas especiais do 25º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo.

Realizada pela cineasta Tata Amaral junto à Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, Rua! exibe artistas e coletivos que usam as vias como principal plataforma para suas manifestações. São criadores cujas obras presenciamos principalmente quando andamos pela cidade a pé. Vem daí, aliás, o apego de Tata à temática, já abordada em outras fases de sua carreira: “Eu sou pedestre, não dirijo, tenho 50 anos de caminhada por São Paulo. Eu nasci no centro e adoro andar, conheço a cidade do ponto de vista de quem caminha”, declarou a cineasta em entrevista ao Cine Festivais.

Foi assim, caminhando, que Tata mapeou São Paulo procurando abranger diversas áreas e motivos artísticos na seleção de artistas que iria retratar. “Escolhi pessoas que estão problematizando a sua relação com a rua. A ênfase é numa atitude de transformação”, explica Tata, que entende tais atividades como um “artivismo” – “uma atuação que vem de dentro e que é muito legítima”, define.

 

Sobre a rua e para a rua

“A secretaria falou sobre a necessidade de projetar os filmes na rua. Então, criamos um formato de filmes em que os diálogos não são tão informativos. Os curtas foram legendados porque eventualmente  podem ser projetados sem som, mas, quando não o são, apresentam alguma riqueza sonora; música, ruído, uma edição de som”, explica Tata, que afirma gostar desse tipo de desafio: “É da natureza do audiovisual contemporâneo ele se transbordar para outros formatos. Eu não tenho nenhum problema em ir pra lá ou pra cá, eu gosto.”

Imargem, por exemplo, aborda o homônimo coletivo de artistas que atua nas margens da Represa Billings, grafitando muros e esculpindo peças com os resíduos encontrados, a princípio descartáveis. “Você pode passar lá e reconhecer um pedaço da cômoda que você jogou na calçada e agora está transformada em outra coisa”, sugere a cineasta.

Tanq_rosachoq_,  também presente na seleção, traz o artista Paulinho in Fluxus manipulando um carrinho de supermercado que sustenta canhões cor-de-rosa feitos de plástico. A “arma” é um recurso poético contra a repressão policial e foi usada em diversas manifestações de rua em São Paulo. “O rosa é uma cor que se faz ver, ela não se esconde, ela se revela. É estética pura, mas também é política”. O curta Ateliê Azu, sobre a técnica artesanal do azulejo trazida pelo artista plástico Elcio Torres à Zona Leste, e 6EMEIA¸sobre intervenções artísticas em bueiros e tampas de esgoto, são outros destaques.

 

Os curtas da série Rua! serão exibidos no dia 30/8, às 17h, no Centro Cultural São Paulo, como parte da programação do 25º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo.

 

* Colaborou Adriano Garrett

 

>>> Acompanhe a cobertura do Festival de Curtas de São Paulo

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