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É um filme melancólico, sobre raiva e tristeza, diz diretor de Praia do Futuro

09/05/14 às 12:27 Atualizado em 09/05/14 as 12:55
É um filme melancólico, sobre raiva e tristeza, diz diretor de Praia do Futuro

Filho de mãe cearense com pai argelino, o diretor brasileiro Karim Aïnouz já morou nos EUA e atualmente reside na Alemanha. Essa trajetória particular multicultural o ajudou a reduzir o estranhamento nas filmagens de Praia do Futuro, seu primeiro longa-metragem rodado, ao menos em parte, fora do Brasil.

“Eu tenho uma relação de afeto grande com Berlim. Não foi como se eu tivesse filmado no Turcomenistão ou em outro país completamente novo para mim.”, explicou o diretor, que participou nesta semana de uma entrevista coletiva em São Paulo para divulgar o seu novo filme, que chega aos cinemas brasileiros no próximo dia 15 de maio.

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Praia do Futuro, que conta a história de um salva-vidas cearense que se apaixona por um alemão e se muda para Berlim, foi exibido na competição oficial do último Festival de Berlim. Karim destaca a importância de levar filmes brasileiros aos grandes festivais, algo que ele já está acostumado a fazer – Madame Satã foi exibido na mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes; O Abismo Prateado esteve na Quinzena dos Realizadores; e O Céu de Suely e Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo passaram na Mostra Horizontes do Festival de Veneza.

Veja a seguir as principais falas de Karim Aïnouz na coletiva de Praia do Futuro.

 

Filmagem em Berlim

“Eu tenho uma relação de afeto grande com Berlim. Não foi como se eu tivesse filmado no Turcomenistão ou em outro país completamente novo para mim. Era uma terra estrangeira pela qual eu tinha muito carinho.

Em outro sentido, foi um exercício de imaginação fazer esse filme, já que Brasil e Alemanha são dois países com poucas relações culturais. Foi um trabalho de tradução e aprendizado com a equipe. Apesar de tudo ser filme, cada país tem uma dinâmica de trabalho diferente.”

 

O filme

“É um filme sobre pessoas para as quais estar no mundo arde. Se está tudo bem tem algo errado. O mundo é um lugar incrível, mas é um lugar que dói. E acho que o filme tem esse tom mesmo. Fala sobre raiva e tristeza. A chegada do Ayrton (personagem de Jesuíta Barbosa) é a chegada da raiva. Até aquele momento é uma grande história de amor, de desencontro, paixão absoluta, e depois também vira um filme sobre um acerto de contas.

O disparo dramático do filme é uma perda acidental, trágica, incompreensível, que produz vida. Era importante construir um filme que partisse disso. Acho que é uma obra melancólica, mas não necessariamente triste.”

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Expectativa 

“Quando comecei a fazer esse filme eu me lembrei de uma frase americana muito usada quando tem guerra: ‘I want to win hearts and minds’, ‘quero dominar corações e mentes’. Eu queria que ele tivesse um fim arrebatador. Experimentei muitas coisas novas, tive liberdade para fazer o que queria. É o meu filme com o maior lançamento (em número de cópias), o mais ambicioso como gesto narrativo. Tomara que dê certo (com o público).”

 

Participação em festivais

“É importante estar no mundo. Diferença produz tolerância. É sempre bom quando você é exposto a cinematografias de outros lugares, nas quais você pode mergulhar em outras culturas e experiências humanas. Nesse sentido, é importante que o cinema brasileiro circule pelo mundo.

Acho que a gente está presente (nos grandes festivais). Teve um hiato grande, mas quando você pensa no que aconteceu no Brasil desde 1994, você vê que a gente teve que passar um período para desenvolver nosso mercado interno.”

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