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É Tudo Verdade estreia O Processo e traz novos de Burlan, Bolognesi e Cao

20/03/18 às 17:09 Atualizado em 20/03/18 as 17:16
É Tudo Verdade estreia O Processo e traz novos de Burlan, Bolognesi e Cao

O crítico Amir Labaki, fundador e diretor do É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários, apresentou nesta terça-feira (20) os filmes selecionados para a 23ª edição do evento, que ocorre de 12 a 22 de abril em São Paulo e no Rio de Janeiro. A desistência de dois patrocinadores habituais (BNDES e Petrobras) fez com que o festival obtivesse apenas dois terços do orçamento previsto, o que impactou no tamanho da programação. Apesar disso, há filmes bastante aguardados na lista, caso de O Processo, longa-metragem de Maria Augusta Ramos que retrata os bastidores do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

“A Maria Augusta foi apresentada ao público brasileiro pelo É Tudo Verdade; vários filmes dela marcaram a história do festival. É impressionante como desde os primeiros trabalhos ela estabeleceu um estilo formal (negação da entrevista e da trilha não-diegética, enquadramento pictórico etc.) que se manteve muito coerente. Em O Processo ela consegue um feito difícil, que é trazer um olhar fresco sobre um tema sobre o qual todo mundo já viu muita coisa. É um desafio para grandes documentaristas, como ela é”, analisa Amir.

Quando olha para a programação geral, o diretor do É Tudo Verdade enxerga três características que marcam vários dos filmes desta edição: uma relação forte com a memória, com o passado ecoando no presente; uma capacidade maior do que os trabalhos ficcionais de tomar o pulso do mundo, como no filme que retrata os EUA da Era Trump (Filmmakers Unite: Uma Resposta Coletiva ao Governo dos EUA); e filmes que retratam experiências cinematográficas, mas trazem contribuições de linguagem, indo além das meras homenagens.

Nomes já conhecidos do festival, como Cao Guimarães (Espera) e Cristiano Burlan (Elegia de um Crime), vão apresentar os seus novos trabalhos na mostra competitiva de longas-metragens brasileiros. Outro destaque é Ex-Pajé, de Luiz Bolognesi, que fez a sua estreia no último Festival de Berlim.

As sessões de abertura serão no Auditório Ibirapuera, em São Paulo (11/04), e na Cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro (12/04), ambos sediando o festival pela primeira vez. Na capital paulista será exibido Adoniran – Meu Nome é João Rubinato, documentário inédito de Pedro Serrano. No Rio de Janeiro, a sessão de abertura terá a estreia de Carvana, de Lulu Corrêa, sobre o artista Hugo Carvana.

Veja a seguir todos os filmes selecionados para o 23º É Tudo Verdade.

 

Sessão de Abertura – São Paulo

Adoniran – Meu nome é João Rubinato – Dir.: Pedro Serrano, Brasil, 2018, 92 min.

O filme narra a vida e a obra de Adoniran Barbosa, o maior nome do samba paulista, autor de sucessos como “Trem das Onze” e “Saudosa Maloca”. Através do acervo pessoal do artista, imagens de arquivo raras e depoimentos de amigos e familiares, descobrimos um artista multifacetado, que retratou a sua São Paulo em canções e personagens de rádio. Tendo a cidade como coadjuvante, o documentário traça um paralelo entre a metrópole de hoje e aquela vivida por Adoniran e nos leva numa jornada por seu universo criativo, cheio de controvérsias alimentadas por ele mesmo, revelando por trás da figura pitoresca e de fala engraçada um artista profundamente sensível às mazelas de seu povo.

 

Sessão de Abertura – Rio de Janeiro

Carvana – Dir.: Lulu Corrêa, Brasil, 2018, 104 min.

É Hugo Carvana, exímio contador de histórias, o narrador de sua própria história em “Carvana“. É sua voz inconfundível que pontua uma história de 60 anos de carreira, em entrevistas colhidas desde os anos 1970 aos últimos meses de vida em 2014. O jovem estudante de teatro, figurante nas chanchadas, o ator emblemático do cinema novo e o comediante irreverente revelam-se nas cenas de filmes, muitas vezes raras, garimpadas nos arquivos do cinema brasileiro, de Lulu de Barros a Glauber Rocha, Ruy Guerra, Julio Bressane. Cenas inéditas de “making of” de seus filmes assumem aqui um caráter documental, desprovido de apelos publicitários, e mostram o ofício do diretor na sua rotina de trabalho.

 

COMPETIÇÃO BRASILEIRA: LONGAS OU MÉDIAS – METRAGENS

A Competição Brasileira de Longas ou Médias-Metragens apresentará sete filmes – todos em estreia no país.

Auto de Resistência – Dir.: Natasha Neri e Lula Carvalho, Brasil, 2018, 104 min.

Um panorama contemporâneo de homicídios praticados pela polícia contra civis, no Rio de Janeiro, em situações inicialmente classificadas como legítima defesa.

 

Che, memórias de um ano secreto – Dir.: Margarita Hernandez, Brasil, 2018, 78 min.

Dezembro de 1965, auge da Guerra Fria: Ernesto Che Guevara desaparece misteriosamente do cenário público mundial. Onde está o Che?

 

Elegia de um crime – Dir.: Cristiano Burlan, Brasil, 2018, 92 min.

Uberlândia, Minas Gerais, 24 de fevereiro de 2011. Isabel Burlan da Silva, mãe do diretor, é assassinada pelo parceiro. “Elegia de um crime“ encerra a “Trilogia do luto“, que aborda a trágica história da família.

 

Espera – Dir.: Cao Guimarães, Brasil, 2018, 76 min.

Um filme que tem como tema a espera, registrando-a em suas mais variadas manifestações.

 

Ex-Pajé – Dir.: Luiz Bolognesi, Brasil, 2017, 80 min.

Perpera viveu na floresta sem contato com os brancos até os 20 anos de idade. Era um pajé poderoso, até o contato do povo Paiter Suruí com o homem branco.

 

Missão 115 – Dir.: Silvio Da-Rin, Brasil, 2017, 87 min.

Missão 115 foi o nome atribuído pelo DOI-CODI (órgão de repressão do exército durante a ditadura militar) a uma suposta operação de “vigilância” no Rio de Janeiro, durante um show musical no Riocentro pelo Primeiro de Maio de 1981. Na verdade, tratava-se de um atentado a bomba, afinal frustrado, que visava sabotar a redemocratização do país.

 

Neville D’Almeida – Cronista da Beleza e do Caos – Dir.: Mario Abbade, Brasil, 2017, 106 min.

Por meio de imagens raras de arquivos, entrevistas e um vasto material iconográfico e audiovisual, o documentário busca resgatar o papel do cineasta e artista plástico Neville D’Almeida, da era do Cinema Marginal até o presente, passando por seus grandes sucessos de bilheteria (A Dama do Lotação; As Sete Gatinhas) e seus problemas com a censura durante o regime militar.

 

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL: LONGAS OU MÉDIAS – METRAGENS

Doze longas-metragens inéditos no Brasil participam da Competição Internacional de Longas ou Médias-Metragens.

A Batalha de Argel, um Filme Dentro da História – Dir.: Malek Bensmaïl, França/Suíça, 2017, 117 min.

Em 1965, três anos depois da Argélia ganhar sua independência, o diretor italiano Gillo Pontecorvo começou a rodar um filme reconstituindo os eventos da Batalha de Argel (1956/1957). Nascia um clássico do cinema político, censurado em várias partes do mundo, Brasil inclusive, e influente até nossos dias.

 

Aquele Verão – Dir.: Göran Hugo Olsson, Dinamarca/Finlândia, 2017, 80min.

Em 1972, Peter Beard iniciou com Lee Radziwill, irmã de Jacqueline Kennedy Onassis, um documentário sobre duas extravagantes parentes dela, as Beale, mãe e filha, moradoras numa decadente mansão em Grey Gardens, em East Hampton, Nova York. Perdida por décadas, essa extraordinária filmagem finalmente reemerge –e, com ela, a pré-história de um clássico do documentário, “Grey Gardens” (1975), de Albert Maysles, David Maysles, Ellen Hovde e Muffie Meyer.

 

As Crianças da Rua Saint-Maur – Dir.: Ruth Zylberman, França, 2017, 103min.

As histórias dos moradores de um prédio residencial antes, durante e depois da 2ª Guerra Mundial, num bairro judeu de Paris.

 

Amarra Seu Arado a Uma Estrela – Dir.: Carmen Guarini, Argentina, 2017, 80min.

Em 1997 o diretor argentino Fernando Birri retornou ao seu país para rodar um documentário sobre o 30º aniversário da morte de Che Guevara e a importância das utopias naquele tempo. Carmen Guarini decidiu registrar esses momentos e outros encontros mais que se seguiram com Birri, mestre do cinema latino-americano falecido aos 92 anos em dezembro de 2017.

 

Amor é Batatas – Dir.: Aliona van der Horst, Holanda, 2017, 90min.

A partir de uma herança no interior da Rússia, uma jornada pela história familiar da diretora, marcada pela experiência de sua mãe e cinco tias com a fome, o medo e a guerra na Rússia de Stalin.

 

Canções em Pequim – Dir.: Milena de Moura Barba, China, 2017, 79min.

Quatorze moradores de Pequim cantam uma canção e contam a história de como esta marcou suas vidas. Inspirado pelo dispositivo de “As Canções” (2011), de Eduardo Coutinho.

 

Filmmakers Unite: Uma Resposta Coletiva ao Governo dos Estados Unidos – Dir.: Ellen Bruno e Jay Rosenblatt, EUA, 2017, 76min.

Um filme colaborativo que documenta diversos pensamentos e sentimentos sobre a atual situação política nos Estados Unidos, em 12 episódios dirigidos por cineastas independentes como Alan Berliner e Jay Rosenblatt.

 

Naila e o Levante – Dir.: Julia Bacha, EUA, 2017, 76min.

A notável jornada de Naila Ayesh, cuja trajetória se entrelaça à mais vibrante e não-violenta mobilização da história da Palestina, a Primeira Intifada, ocorrida no final da década de 1980.

 

O Distante Latido dos Cães – Dir.: Simon Lereng Wilmont, Dinamarca/Finlândia, 2017, 90min.

Os efeitos do conflito russo-ucraniano sobre os primos Oleg e Yarin, meninos que vivem em Donesk, região leste da Ucrânia, afetada frequentemente por fogo antiaéreos e ataques de mísseis.

 

Sammy Davis, Jr.: Eu Tenho que Ser Eu – Dir.: Sam Pollard, EUA, 2017, 100min.

A carreira legendária do cantor e ator negro Sammy Davis Jr. (1925-1990), tão vasta e multifacetada quanto vertiginosa em escopo e escala.

 

The Cleaners – Dir.: Hans Block & Moritz Riesewieck, Alemanha/Brasil, 2018, 90min.

Quando você posta alguma coisa na internet, você tem certeza de que seu post continuará lá? “The Cleaners” adentra uma nebulosa e escondida indústria de `zeladores´ digitais onde a internet se livra do que não gosta.

 

Zaatari – Memórias do Labirinto – Dir.: Paschoal Samora, Brasil/Alemanha, 2018, 92min.

Num cenário político de violência extrema, milhões de homens, mulheres e crianças deslocam-se em fuga, num tempo que pode durar uma vida. A guerra civil na Síria já matou mais de 400 mil pessoas e exilou 5 milhões. No deserto de Mafrak, fronteira da Síria com a Jordânia, uma nova cartografia se desenha, num dos maiores campos de refugiados do mundo.

 

COMPETIÇÃO BRASILEIRA: CURTAS-METRAGENS

A Competição Brasileira de Curtas-Metragens exibirá nove filmes.

A Casa de Catharina – Dir.: Felipe Arrojo Poroger; Brasil/SP, 2018, 10 min.

Rua Marquês de Abrantes, São Paulo. O passado é tudo o que resta à Catharina, minha avó. Debilitada fisicamente e desinteressada no futuro, rememorar torna-se a sua única distração possível.

 

Arara: Um Filme Sobre um Filme Sobrevivente – Dir.: Lipe Canêdo; Brasil/MG, 2017, 13 min.

Em 2012, Rodrigo Piquet, do Museu do Índio, mostra a Marcelo Zelic, do grupo Tortura Nunca Mais, um filme que encontrara, chamado “Arara”. O título não se referia ao animal, nem ao povo conhecido por esse nome. Zelic o aponta como importante registro probatório sobre o ensino de tortura durante a ditadura militar. Eram imagens da formatura da Guarda Rural Indígena, em Belo Horizonte, produzidas por Jesco Von Puttkamer em 1970.

 

Catadora de Gente – Dir.: Mirela Kruel, Brasil/RS, 2017, 18 min.

Um retrato de Maria Tugira Cardoso, que há 30 anos dedica sua vida a catação de lixo, em Uruguaiana, no interior do Rio Grande do Sul.

 

Inconfissões – Dir.: Ana Galizia, Brasil/RJ, 2017, 22 min.

Fotografias e filmes super-8 recuperam a figura do ator, pesquisador e diretor de teatro Luiz Roberto Galizia, trinta anos após sua morte.

 

Nome de Batismo – Alice – Dir.: Tila Chitunda, Brasil/PE, 2017, 25 min.

Em 1975, a declaração da independência de Angola iniciou uma longa Guerra Civil que matou e expulsou vários angolanos de suas terras. Quarenta anos depois, Alice, a única filha brasileira de uma família angolana que encontrou

refúgio no Brasil, decide ir pela primeira vez à Angola, atrás das histórias que motivaram seus pais a lhe batizarem com esse nome.

 

Mini Miss – Dir.: Rachel Daisy Ellis, Brasil/PE, 2017, 17 min.

Os bastidores da participação de cinco meninas, entre três e cinco anos, do concurso de beleza Mini Miss Baby Brasil.

 

Sem Título # 4 : Apesar dos Pesares, na Chuva há de Cantares – Dir.: Carlos Adriano, Brasil/SP, 2018, 27 min.

Choves; mas ainda assim, canta. Sob o mote simbólico da metáfora meteorológica, uma constelação poética de montagem “found footage”, com trechos de 98 filmes e 8 versões de uma canção. Da série “Apontamentos para uma AutoCineBiografia (em Regresso)”.

 

Sobre Imagem e Semelhança – Dir.: Felipe Tomazelli e Ricardo Martensen, Brasil/SP, 2017, 29 min.

No Alto Vale do Ribeira uma comunidade isolada desenvolveu práticas para manter-se autônoma. O barro figura como elemento fundamental de expressão deste povo que tem no cultivo da terra e na fé a base de sua vida. Uma abordagem sobre o ciclo da vida humana tendo a produção ceramista como fio condutor.

 

Tetê – Dir.: Clara Lazarim, Brasil/SP, 2018, 27 min.

O universo da compositora e intérprete Tetê Espindola, numa investigação de seu trabalho de pesquisa criativa, fortemente ligado à natureza.

 

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL: CURTAS-METRAGENS

A Competição Internacional de Curtas-Metragens exibirá nove filmes inéditos no país.

A Boa Educação – Dir.: Gu Yu, China/França, 2017, 29 min.

O ano escolar está chegando ao fim para Peipei, uma jovem aspirante a artista que estuda no ensino médio de uma escola da província de Henan, um pobre distrito da China. Abandonada pelos pais e vítima de bullying, Peipei enfrenta problemas para encontrar seu lugar.

 

As Elegias do Kodachrome – Dir.: Jay Rosenblatt, EUA, 2017, 11 min.

Em junho de 2009, a Kodak anunciou que não produziria mais os filmes Kodachrome. Usando arquivos de imagens, Jay Rosenblatt mostra cenas de um período que não existe mais, de uma América do Norte que foi transformada para sempre.

 

Las Nubes – Dir.: Juan Pablo González, México, 2017, 20 min.

Na comunidade de Las Nubes, um agricultor fala sobre as falhas de sua memória cotidiana, o irrelevante de se medir o tempo e a forma como um cartel local aterroriza sua família.

 

O Intérprete – Dir.: Reneé van der Ven, Holanda, 2017, 25 min.

Fadil é um refugiado Iraquiano que trabalha como intérprete em ligações telefônicas. De seu cômodo em um sótão, ele traduz chamadas entre refugiados e agências de governo.

 

Poeira – Dir.: Jakub Radej, Polônia, 2017, 25 min.

Um estudo do caminho pelo qual passa o corpo de todo ser humano desde o momento da morte até o funeral.

 

Por Fora: Paz; Por Dentro: Guerra

Dir.: Katja Berls, Alemanha, 2017, 29 min.

Mais de 70 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), duas irmãs falam sobre as experiências de violência física e sexual sofridas por elas durante o conflito.

 

Ressonâncias – Dir.: Nicolas Khoury, Líbano, 2017, 27 min.

Uma varredura sem fim é feita em um campo de refugiados sírios em Bekaa, no Líbano, revelando diferentes partes do corpo e histórias surrealistas.

 

Sílica – Dir.: Pia Borg, Austrália, 2017, 23 min.

Um pesquisador de locais inéditos explora uma cidade de mineração de opala, no sul da Austrália, encontrando os traços da cultura indígena e os restos da história do cinema. Um filme de ensaio de ficção científica.

 

Trainspotter – Dir.: Ignacio Masllorens, Argentina/República Tcheca, 2017, 9 min.

De acordo com a lenda, Antonín Dvořák compôs sua sétima “Humoresque” em 1894, durante uma viagem de trem de Dresden, Alemanha, até Praga, na República Tcheca. Um tributo em filme àquela jornada.

 

COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA

A Competição Latino Americana exibirá sete filmes inéditos no Brasil, sendo 5 (cinco) selecionados exclusivamente para a disputa, somando um título da Competição Internacional de Longas ou Médias-Metragens e um título da Competição Brasileira de Longas ou Médias-Metragens.

A Flor da Vida – Dir.: Claudia Abend, Adriana Loeff, Uruguai, 2017, 86 min.

Aldo e Gabriella têm quase 50 anos de casados, três filhos, vários netos, e se preparam para viver sua velhice em tranquilidade. Mas algo não vai bem.

 

Amarra Seu Arado a Uma Estrela – Dir.: Carmen Guarini, Argentina, 2017, 80min.

Ver sinopse acima, na Competição Internacional de Longas ou Médias-Metragens.

 

Cartucho – Dir.: Andrés Chaves Sánchez, Colombia, 2017, 55 min.

É inconcebível na história da Colômbia um magnífico bairro colonial, originalmente de famílias tradicionais e de negócios, se tornar o lar de milhares de sem-teto e do narcotráfico. Mas as ruas e antigas casas de Cartucho foram convertidas em escritórios do crack.

 

Che, Memórias de um Ano Secreto – Dir.: Margarita Hernandez, Brasil, 2018, 78 min.

Ver sinopse acima, na Competição Brasileira de Longas ou Médias-Metragens.

 

Não Viajarei Escondida – Dir.:Pablo Zubizarreta, Argentina/Uruguai, 2017, 108 min.

A escritora e poetisa uruguaia Blanca Luz Brum (1905-1985) realizou algo incomum para uma mulher do século 20: viajou por diversos países participando ativamente de movimentos intelectuais, políticos e artísticos da América Latina. Foi seguidora do pensador marxista peruano José Carlos Mariátegui, casada com o muralista mexicano David Alfaro Siqueiros, amiga de Péron, apoiadora de Pinochet.

 

Regresso à Origem – Dir.: María José Glender de Mucha, México, 2017, 67 min.

Um homem de 60 anos de idade, ainda sonhando com o paraíso, resolve sair da civilização e viver nas montanhas, tentando ser autossuficiente, para buscar respostas que ele não conseguiu encontrar na sociedade, e para ver quais segredos subjazem na solidão.

 

Roubar Rodin – Dir.: Cristóbal Valenzuela, Chile, 2017, 80 min.

Numa fria manhã de junho de 2005, os guardas do Museu Nacional Chileno de Belas Artes descobriram que uma escultura de Rodin havia sido roubada da exposição principal. No dia seguinte, um jovem estudante de arte a devolve. Performance ou crime?

 

PROGRAMA ESPECIAL

68 – Dir.: Patrick Rotman, França, 2008, 95 min.

Um documentário de arquivo, com imagens exclusivamente em cor, sobre o mais agitado e transformador ano desde a Segunda Guerra Mundial. Quarenta anos depois, uma síntese dos eventos que marcaram o mundo, dos EUA a França, da Alemanha a América Latina, da então Tchecoslováquia ao Vietnã.

 

O Processo – Dir.: Maria Augusta Ramos, Brasil, 2017, 130min.

Em cerca de 450 horas de material filmado e meses de trabalho, Maria Augusta Ramos acompanhou todo o processo que culminou no impeachment da presidente Dilma Rousseff. Com acesso único a ela e à sua defesa, filmou horas e horas de reuniões e discussões a portas fechadas com a presença do advogado José Eduardo Cardozo, sua equipe, e os senadores e assessores da liderança do PT e da minoria no Senado. Circulando pelos corredores do Congresso Nacional, testemunhou bastidores nunca mostrados em noticiários de cadeia nacional.

 

Quando as luzes das marquises se apagam – a história da Cinelândia Paulistana – Dir.: Renato Brandão, Brasil, 2017, 86 min.

Com imagens de arquivo e depoimentos de antigos espectadores, uma história das salas de cinema que se localizavam nas avenidas São João e Ipiranga e suas imediações, no centro de São Paulo. Conhecida como Cinelândia Paulistana, essa área viveu seu auge na década de 1950, chegando a ter mais de 15 cines em pleno funcionamento.

 

HOMENAGEM A PAMELA YATES

Discípula do diretor e fotógrafo Haskell Wexler (1922-2015), a quem retratou em “Cidadão Rebelde” (É Tudo Verdade 2016), Pamela Yates é uma das mais importantes documentaristas americanas dedicadas a temas relacionados aos direitos humanos e à América Latina. Indicada duas vezes ao Emmy, premiada no Sundance Film Festival, Yates concluiu no ano passado sua histórica “Trilogia Guatemalteca”. Realizada num período de 35 anos, a trilogia a um só tempo documentou e ajudou a alterar o destino da Guatemala, em especial de sua população maia. Em parceria com o Human Rights Watch Brasil, o É Tudo Verdade apresenta pela primeira vez no país a trilogia na íntegra, na presença de Yates e de seu produtor, Paco de Onis.

 

500 Anos- Dir.: Pamela Yates, EUA, 2017, 105 min.

“500 Anos” conta o épico evento que levou a Guatemala a um ponto de reflexão na sua história, do julgamento do genocídio praticado pelo ex-ditador General Rios Montt ao movimento popular que derrubou o Presidente Otto Perez Molina. Focando temas universais como justiça, racismo, poder e corrupção, eis a história a partir da perspectiva da maioria da população indígena maia, suas lutas no país e a guerra crescente contra a impunidade.

 

Granito – Dir.: Pamela Yates, EUA, 2011, 100 min.

Em 1982, a cineasta Pamela Yates visitou a Guatemala, deparando-se com o auge de uma guerra civil que opunha, de um lado, estudantes e indígenas maias e, de outro, uma ditadura militar. Como saldo trágico, registraram-se dezenas de milhares de desaparecimentos dos rebeldes, num processo que foi descrito como um verdadeiro genocídio promovido pelas forças de segurança. A luta tornou-se o tema de um documentário, “Quando as Montanhas Tremem”. Vinte anos depois, com a democratização da Guatemala e a instalação de um tribunal de crimes de guerra na Espanha, desencadeou-se um processo para indiciar os responsáveis pelos crimes do passado. Identificando imagens de seu antigo filme como peças da acusação, a diretora também questiona seu papel nos acontecimentos.

 

Quando as Montanhas Tremem – Dir.: Pamela Yates, EUA, 1983, 83 min.

O documentário relata a história de Rigoberta Menchú, uma indígena maia que lutou pelo seu povo durante um genocídio executado pela ditadura da Guatemala. Esse é o primeiro filme que retrata essa guerra não divulgada, contada aqui em primeira mão pelos olhos de Mechú, uma militante pela paz e pelos direitos dos índios. Em “Quando as Montanhas Tremem”, filmado em 1982, ela mostra coragem e otimismo em um tempo onde os esquadrões da morte matavam sem consciência e um opressivo ditador tomava o poder. O filme ajudou a posicionar Mechú no cenário mundial, tornando-se ela em 1992 a primeira mulher indígena a receber o Prêmio Nobel da Paz.

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