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Tudo Sobre Vincent, de Thomas Salvador

04/06/15 às 10:38 Atualizado em 08/10/19 as 20:28
Tudo Sobre Vincent, de Thomas Salvador

Grandes poderes trazem grandes responsabilidades, já dizia o tio Ben a Peter Parker, o Homem-Aranha. Mas o que ocorre quando um dom sobrenatural não é canalizado para servir a uma missão específica? Eis o questionamento levantado pelo filme francês Tudo Sobre Vincent, interessante longa-metragem de estreia do diretor Thomas Salvador.

O próprio Salvador interpreta o personagem-título, um sujeito que adquire força e reflexos sobre-humanos quando entra em contato com a água. Tipo calado e misterioso, de quem só podemos especular sobre o passado, Vincent leva uma vida nada glamorosa. A falta de dinheiro o faz ser despejado de um quarto e ele se sustenta trabalhando no ramo da construção civil.

O protagonista aproveita os lagos da região para entender melhor sobre seus poderes, que, ao que tudo indica, foram descobertos por ele mesmo há pouco tempo. Este movimento de autoconhecimento é colocado em curso paralelamente à possibilidade de viver uma vida comum com outra pessoa quando Vincent conhece Lucie (Vimala Pons), com quem virá a ter um relacionamento.

Em tempos em que imagens geradas por computador são regra em filmes de super-herói, o trabalho aposta em efeitos mecânicos muito bem feitos para destacar os poderes de seu protagonista quando em contato com a água. A ausência de outros elementos fantásticos ligados aos seus poderes é destacada com uma referência irônica a O Incrível Hulk, e também há citação de um momento icônico de Homem-Aranha.

Como lembra o título original, o protagonista não tem escamas. Falando de outra forma, Vincent não passa de um ser humano comum que possui um poder dos mais limitados, já que sempre deve estar em contato com a água para poder liberá-lo. Esta necessidade é bem aproveitada cômica e dramaticamente, com a procura por poças, banheiras ou mesmo pela chuva sendo algo constante.

Apesar de perder ritmo ao esticar demasiadamente uma perseguição, o filme se encerra bem, fechando um ciclo com o deslocamento inicial do protagonista. Além disso, o plano final carrega uma fina ironia: será que os super-heróis só podem ser bem tratados na América?

Nota: 7,0/10 (Bom)

 

*Filme visto no 5º Cinerama.BC – Festival Internacional de Cinema em Balneário Camboriú

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