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Rua Secreta, de Vivian Qu

20/10/14 às 03:11 Atualizado em 08/10/19 as 20:28
Rua Secreta, de Vivian Qu

O mapeamento fotográfico de ruas e avenidas é essencial para que funcionem serviços como o Google Maps e outros bancos de dados que nos orientam via satélite. Algumas possibilidades tecnológicas sustentam tal sistema: os diversificados usos de câmeras, a digitalização de imagens e vídeos e a visualização de dados em rede. São elementos que vivem no limite entre a informação e a vigilância, pontuando uma das grandes dualidades que vivemos hoje.

No chinês Rua Secreta, o vetor dessa abordagem díptica é Li Qiuming (Yulai Lu), um jovem engenheiro que trabalha numa companhia de mapas digitais que está cartografando a cidade de Nanjing. Durante o processo, ele descobre uma rua sem saída que não consta em nenhum dos mapas da cidade. É o suficiente para atiçar a curiosidade do rapaz, que passa a rondar o local e observar estranhezas. Em suas visitas, conhece Guan Lifen (Wenchao He), uma garota que trabalha em um dos prédios misteriosos da rua. A nova paixão e a obsessão pela verdade se tornarão perigosas para Li.

Li Qiuming, de investigador a investigado

Li Qiuming, de investigador a investigado

A diretora e roteirista Vivian Qu é hábil na condução dos primeiros passos da trama. O desenvolvimento da premissa, já curiosa, aguça nossa tensão ao mostrar Li gradualmente fechando o cerco na busca por respostas. Cada ato suspeito o faz ser mais obstinado e aumenta o tom do mistério, que nos sugere algo grandioso quando Li percebe que a rua sumiu de seu próprio mapa, que acabara de registrar. O relacionamento com Lifen é um paralelo oportuno do roteiro: ela também é um mistério, agora da ordem do amor, para Li.

O tema e a trama de Rua Secreta remetem a diversos thrillers do cinema, entre os quais talvez o mais clássico seja O Homem Que Sabia Demais, de Alfred Hitchcock. Não é uma fórmula simples para se trabalhar; a manutenção do suspense exige uma atmosfera eficiente, um roteiro bem trançado e fluência na manipulação do tempo narrativo. A impressão é que Vivian cumpriu a missão só na 1ª metade do filme. No 2º ato, quando Li vê que está brincando com fogo e passa de investigador a investigado, o filme se arrasta e perde um pouco do vigor. De qualquer forma, não deixa de ser um instigante exercício de gênero erguido sobre uma temática imperativa nos dias de hoje. 

Nota: 7,0/10 (Bom)

 

Sessões do filme na 38ª Mostra de São Paulo

– 25/10, às 14h45, no Cinesesc

– 29/10, às 21h, no Cinusp

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