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Operação Avalanche, de Matt Johnson

10/06/16 às 12:25 Atualizado em 08/10/19 as 20:26
Operação Avalanche, de Matt Johnson

O uso de imagens do clássico Viagem à Lua, de Georges Méliès, durante diferentes momentos do filme Operação Avalanche remete a algumas características importantes deste trabalho do diretor Matt Johnson: o flerte com o ingênuo, a leveza como fio condutor (ao menos na parte inicial), a trucagem para obter efeitos ilusionistas e a cinefilia como recurso narrativo.

Protagonizado pelo próprio Johnson – que, assim como outros atores, dá ao personagem o seu nome real -, o trabalho se alinha aos chamados mockumentaries, ou falsos documentários. Na trama, passada durante o auge da Guerra Fria, jovens recém-acolhidos pela CIA são designados para descobrir um suposto agente soviético infiltrado na missão espacial norte-americana. Para isso, eles se disfarçam como uma equipe de documentaristas, e em pouco tempo enveredam por um caminho muito mais ambicioso, tendo como objetivo realizar um vídeo falseando a chegada do Homem à Lua.

Aproveitando as conhecidas teorias da conspiração segundo as quais o diretor Stanley Kubrick teria forjado as imagens do astronauta Neil Armstrong pisando pela primeira vez o solo lunar, o filme se apresenta como uma outra dessas teorias, que desta vez dá a Kubrick um papel involuntário em toda essa trama – o que inclui uma divertida trucagem com imagens do set de 2001: Uma Odisseia no Espaço.

Assim como a falsa equipe de documentário que deve fingir serviço enquanto se infiltra na Nasa, o trabalho apresenta em sua maior parte o ponto de vista de algum personagem que realmente está presente no campo diegético. Desse modo, recursos como uma trepidação excessiva e zooms nada discretos são utilizados para salientar uma ideia de amadorismo que tem a pretensão de ser orgânica à narrativa.

A reiteração dessa estética cria em certos momentos um senso de esgotamento, mas há um ponto de virada interessante no ótimo plano-sequência filmado de dentro de um carro sendo perseguido. Além de tecnicamente desafiador, esse plano representa um golpe definitivo para a leveza inicial do trabalho.

Se no começo do filme uma gravação escondida de um diálogo representava somente uma boa “sacada”, a nova aparição de situação semelhante nos minutos finais está ligada a um instinto de sobrevivência. É aí que Operação Avalanche deixa de ser apenas uma teoria da conspiração cool.

Nota: 7,0/10 (Bom)

 

>>> Acompanhe a cobertura sobre o 5º Olhar de Cinema

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