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O Garoto, de Sergio Mazza

04/06/15 às 15:43 Atualizado em 08/10/19 as 20:28
O Garoto, de Sergio Mazza

A tradicional temática do amadurecimento juvenil é elemento-chave no filme argentino O Garoto, de Sergio Mazza. Na trama, o protagonista Gonzalo (Maximiliano García) é abandonado pela mãe e permanece em casa com sua irmã de oito meses e com a bisavó já muito idosa. Sua esperança é de que a matriarca retorne em breve, mas o roteiro deixa claro para o espectador desde o princípio que isso não irá acontecer.

O filme é ambientado em um pequeno vilarejo na Argentina onde há muitas embarcações, mas não se vê ninguém pescando. A impressão que se tem daquele lugar é de decadência, de que o tempo dele e dos seus habitantes já passou. Vendo por este lado, a situação-problema gerada pela orfandade de Gonzalo acaba se revelando uma bem-vinda inserção de vida no cotidiano daquelas pessoas.

Investindo na dúvida sobre o destino de Gonzalo, o roteiro coloca em seu caminho o casal de veterinários Júlio (Daniel Aráoz) e Alicia (Susana Hornos) e o senhor Felipe (Federico Luppi), mas é Lorena (Sofia Gala), vinda de fora do local, quem trará o maior sopro de esperança para que a situação ganhe um novo rumo. É um recurso narrativo óbvio, mas que funciona graças à boa dinâmica entre os atores, em especial à expressividade e desenvoltura do ótimo Maximiliano García.

O trabalho cresce quando aposta em cenas que revelam entrelinhas, como naquela em que turistas procuram por um prostíbulo na região. Falta, porém, um maior cuidado do roteiro em outros momentos, que revelam textualmente pontos-chave já previamente entendidos da história.

Nesse sentido, a sequência de cenas que aparece nos créditos do filme e quer dar conta de explicar os destinos de cada personagem se revela equivocada em dois aspectos: além de relegar o espectador a um papel passivo na construção de sentidos do trabalho, ela é bem menos impactante, por exemplo, do que um plano anterior que poderia ter sido escolhido para fechar a projeção.

Nota: 6,0/10 (Regular)

 

*Filme visto no 5º Cinerama.BC – Festival Internacional de Cinema em Balneário Camboriú

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