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Hopper Stories, de Sophie Barthes, Mathieu Amalric e outros

19/10/13 às 12:32 Atualizado em 08/10/19 as 20:30
Hopper Stories, de Sophie Barthes, Mathieu Amalric e outros

A premissa desta coletânea é excelente: fazer curtas inspirados em quadros do pintor norte-americano Edward Hopper, conhecido por retratar a solidão urbana. Logo, é uma pena que o resultado da junção dos oito breves filmes tenha ficado desequilibrado e inconsistente.

Talvez o maior problema esteja na escolha do time de diretores. Normalmente, esse tipo de coletânea se beneficia da pluralidade de abordagens para ser enriquecida, mas a impressão é que Sophie Barthes (Almas à a Venda), Mathieu Amalric (Turnê), Sophie Fiennes (O Guia Pervertido da Ideologia) e companhia tiveram visões muito semelhantes.

Com exceção de Barthes em seu “A Musa”, que abre a coletânea, nenhum outro diretor investiu com vigor na narrativa – e mesmo ela ainda deu um olhar muito raso. Minha impressão é que houve muita preocupação por parte de todos em realizar algo moderno e muito pessoal em vez de realmente mergulhar dentro do quadro e oferecer algo sólido.

Um dos elementos que ajudou nessa puerilidade é a duração: são oito filmes em 50 minutos. Isso quase poderia ser um apanhado de videoclipes – linguagem com a qual parte dos curtas dialoga, diga-se de passagem. Impossível escapar da impressão de que a coletânea carece de substância, como se o prato principal tivesse ficado de fora. Sem querer ser conservador, mas Hopper Stories faria mais sentido em uma exposição como videoarte, onde há mais abertura ao apelo exclusivamente sensorial e a impressão momentânea vale mais que a permanência na sala.

O grande destaque de Hopper Stories está em recursos de iluminação, fotografia, cenografia e maquiagem – elementos que fazem todo sentido ao falar no pintor. Esse lado foi muito bem administrado em alguns dos curtas, principalmente em “Conference at Night”, na qual a reconstituição do quadro com atores e cenário parece se confundir com a pintura original, oferecendo um efeito marcante.

Assim como nos quadros do norte-americano, Hopper Stories exala a ausência de algo –  mas, tratando do vazio, ainda vale mais se instigar e ter devaneios pessoais com as obras originais.

Nota: 5/10 (Ruim)

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