Algumas comédias necessitam de um público que esteja não apenas disposto a rir, mas querendo rir. É o caso dessa produção, feita entre Estados Unidos, Israel e Jordânia.
O solitário protagonista nova-iorquino tem problemas para se relacionar com mulheres e decide apelar, se colocando à disposição para um casamento falso (procurado por pessoas em busca de um visto permanente para residir nos Estados Unidos). O problema é que ele, palestino-americano, acaba encontrando uma interessada israelense – algo que servirá de tema para todo o tipo de piada envolvendo as farpas entre os dois povos.
Ao tratar da possibilidade de união entre palestinos e israelenses, fica difícil não simpatizar e sorrir com o filme em sua dimensão política, que é suavizada por contornos de fábula e pode agradar a quem estiver em busca de uma diversão mais amena.
Todavia, as bases para conduzir essa trama não estão bem sedimentadas: o diretor busca conduzir o filme como se fosse um cruzamento de Woody Allen pouco inspirado com uma sitcom (o longa poderia ter claque); as piadas não são apresentadas de forma orgânica; e a trilha sonora utiliza o que há de mais genérico no jazz, algo muito desgastado ao ter Nova York como cenário. O conjunto desses problemas e outras imperfeições fazem com que o filme pareça amador em certos momentos.
Somente em Nova York é ingênuo, piegas e forçado demais para valer o ingresso – o que é uma pena, tendo em vista o tema urgente e pertinente que trata. O humor pode ser uma das boas soluções para amenizar esse conflito, mas essa ainda é uma tentativa fraca nesse sentido.
Nota: 6/10 (Regular)