facebook instagram twitter search menu youtube envelope share-alt bubble chevron-down chevron-up link close dots right left arrow-down whatsapp back

Babu Santana será o homenageado da 21ª Mostra de Tiradentes

11/12/17 às 13:17 Atualizado em 23/01/18 as 17:13
Babu Santana será o homenageado da 21ª Mostra de Tiradentes

A 21ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que acontece entre os dias 19 e 27 de janeiro de 2018, vai homenagear o ator Babu Santana. A trajetória de 15 anos de Babu no cinema será revisitada em filmes antigos e recentes, a começar pelo longa-metragem de abertura, o baiano Café com Canela, dirigido por Ary Rosa e Glenda Nicácio. Nele o artista interpreta o médico de uma cidade do interior, num personagem bastante diferente daqueles que o tornaram conhecido nas telas brasileiras.

A primeira aparição de Babu Santana no cinema se deu no filme-fenômeno Cidade de Deus (2002), mas foi com Uma Onda no Ar (2002) e As Alegres Comadres (2003) que ele passou a chamar atenção. Diversos títulos se seguiram, como O Homem do Ano (2003), Quase Dois Irmãos (2004) e Estômago (2007), entre vários outros. Em 2014, Babu engordou 15kg para encarnar o cantor Tim Maia na cinebiografia homônima.

A escolha por Babu Santana se deve especialmente pela trajetória singular do ator, nascido em dezembro de 1981 no Rio de Janeiro. Na maior parte dos filmes nos quais atuou, Babu fez personagens de vivências marginais ou policiais enfezados. “Quase toda a sua filmografia lida com narrativas situadas em ambientes em atrito e de risco, com marcas de desigualdade social brasileira. Parte significativa de seus personagens é dura e de empenho realista”, afirma a curadora Lila Foster.

A homenagem também inclui a exibição de outros dois longas-metragens durante a programação: Uma Onda no Ar, de Helvécio Ratton, e o inédito Bandeira de Retalhos, de Sérgio Ricardo, e, ainda, uma mesa de debate com foco na trajetória pessoal e artística de Babu.

 

Temática

A busca pela legitimação na realidade aparece constantemente nos filmes brasileiros recentes e, em alguns casos, tornou-se elemento essencial para a feitura de diversas produções. Biografias, documentários de arquivo, referências à política e a acontecimentos de conhecimento público, reencenações e reconstituições, informações transmitidas pela imagem: por uma série de procedimentos, o cinema vem operando com elementos verídicos das mais distintas formas. Essa variedade de estilos e as consequências dessas escolhas na recepção crítica aos filmes é o que vai pautar a temática “Chamado Realista”, eixo central das discussões da 21ª Mostra de Cinema de Tiradentes.

Definida pela dupla de curadores Cleber Eduardo e Lila Foster, a temática pretende reverberar algumas conversas já iniciadas na edição 2017 da mostra. “O que estamos intitulando de ‘Chamado Realista’ é a presença de uma matriz ou de uma questão num filme em que, independente do estilo, utiliza informações e materiais da contemporaneidade, ou eventualmente da história brasileira, para sua realização”, destaca Cleber. “Isso pode acontecer numa ficção de gênero, como terror ou sci-fi, até em documentários históricos e observacionais, além de aparecer em filmes mais naturalistas, que buscam na realidade um certo subtexto de legitimação”.

Cleber tem percebido uma atenção cada vez maior, de parcela significativa dos espectadores, para que os filmes se conectem a elementos da realidade, em especial com as recentes crises políticas e sociais no Brasil e às crescentes discussões sobre representatividade e minorias. “Muitos olhares em torno dos filmes vêm se pautando pela justeza do que é visto em relação à realidade. Há uma cobrança de que as produções demonstrem vínculos com a vida e se comportem em reação às questões contemporâneas”.

Para Lila Foster, o Chamado Realista a ser tematizado na Mostra não guarda apenas características tradicionais do realismo mais reconhecido na história do cinema (com sua busca de um certo apagamento das mediações de linguagem e da representação de um olhar sobre algum aspecto da vida social), e sim o contrário. “O contemporâneo parece apontar para novas buscas estéticas de contato com o real, principalmente numa representação que traz na sua forma e estilo o desejo de uma dramaturgia – no caso da ficção, calcado no lastro da experiência de mulheres e homens”, diz a curadora. “O trabalho para chegar até essa experiência realista inclui muitas vezes métodos e perspectivas diretoriais que retiram o texto dos atores de suas vidas reais, uma combinação entre ficção e fatos da vida que se reflete no perfil naturalista de muita das atuações contemporâneas”.

Entre em contato

Assinar

Siga no Cine Festivais