facebook instagram twitter search menu youtube envelope share-alt bubble chevron-down chevron-up link close dots right left arrow-down whatsapp back

9ª CineOP destaca filmes incompletos e reflete sobre preservação audiovisual

28/05/14 às 17:02 Atualizado em 29/05/14 as 18:24
9ª CineOP destaca filmes incompletos e reflete sobre preservação audiovisual

Principal evento brasileiro dedicado à preservação, memória e educação audiovisual, a 9ª edição da CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto terá a sua abertura oficial nesta quinta, 29 de maio, com a exibição do documentário Tudo por Amor ao Cinema, de Aurélio Michelis. O filme retrata a trajetória de Cosme Alves Netto (1937-1996), ex-curador da Cinemateca do MAM-RJ e precursor na luta pela preservação cinematográfica no Brasil. Além de Cosme, serão homenageados pela mostra – que vai até o dia 2 de junho e tem programação gratuita – os cineastas Ricardo Miranda (1950-2014) e Luiz Rosemberg Filho.

“Os festivais de preservação existem há muito tempo no mundo, mas pode-se dizer que eles se multiplicaram nos últimos 15 anos. Podemos perceber essa tendência até mesmo no Festival de Cannes, que vem exibindo clássicos restaurados. No Brasil, a primeira iniciativa nesse sentido foi o REcine – Festival Internacional de Cinema de Arquivo, no Rio de Janeiro. Nesse  contexto, o que eu acho que distingue a Mostra de Ouro Preto é o fato de ela não ser somente uma janela de exibição de uma produção associada aos arquivos, mas também um fórum de debate, reflexão e encaminhamento politico das ações possíveis para o campo da preservação no Brasil”, opinou Hernani Heffner, curador da temática preservação da CineOP, em entrevista ao Cine Festivais.

Entre os filmes históricos que serão exibidos nesta edição do evento estão O Jardim das Espumas e Imagens, obras realizadas por Luiz Rosemberg Filho no início dos anos 70 que ficaram desaparecidas por três décadas, até serem encontradas recentemente na França graças a um trabalho conjunto entre a Universo Produção, organizadora da CineOP, e o curador Heffner, que mobilizou José Quental, um ex-funcionário do MAM-RJ, na busca pelas cópias perdidas.

Outro destaque será a exibição de filmes incompletos ou que não tenham uma versão definitiva. “Optamos por apresentar obras que normalmente não são apresentadas nesse tipo de evento. Queremos que o acesso a esses materiais não seja um privilégio de uma pequena comunidade de restauradores. É importante valorizar esse tipo de iniciativa, que exige do público uma outra atitude em relação aos filmes, mas que pode ser tão significativa quanto assistir a um filme tradicional”, diz Heffner, citando como a exemplo a exibição dos filmes O Rei do Samba, do Luiz de Barros, e de dois fragmentos de As Sete Maravilhas do Rio de Janeiro (foto acima), série de documentários de Humberto Mauro.

 

Produção contemporânea

Embora também traga filmes contemporâneos em sua programação, a CineOP tem um perfil diferente do da Mostra de Cinema de Tiradentes, evento também organizado pela Universo Produção que tem como foco a atual produção do cinema independente brasileiro. O crítico de cinema Francis Vogner dos Reis, que participa da seleção de filmes tanto para Tiradentes quanto para Ouro Preto, explica o que aproxima as duas mostras.

“Me parece que a maior parte dos festivais brasileiros se preocupa apenas em selecionar filmes e fazer uma certa prévia do que virá para o circuito comercial ou mesmo para outros festivais. Se ambos (Ouro Preto e Tiradentes) têm algo em comum é essa necessidade de encontrar o lugar do cinema brasileiro na nossa cultura e sociedade. Por isso que a CineOP trabalha a questão da educação, da preservação e da história sem deixar de ter uma relação com a produção contemporânea, que em alguma medida espelha ou repercute um pouco das coisas que são discutidas no conceito do festival”, diz Francis, curador da seção de filmes contemporâneos que serão exibidos na CineOP.

A Mostra de Cinema de Ouro Preto exibirá 59 filmes (19 longas, 7 médias e 33 curtas-metragens) em 2014. Destes, cinco longas, cinco médias e 21 curtas saíram da produção contemporânea, incluindo obras como Já Visto Jamais Visto, do veterano Andrea Tonacci, e Cidade de Deus – 10 Anos Depois, de Cavi Borges e Luciano Vidigal.

“Prestamos atenção nos filmes que dialoguem de alguma forma com o conceito de preservação da CineOP, mas isso não é um critério que exclui nenhum filme da seleção. Na mostra Praça a gente buscou filmes que tenham uma relação mais ampla com variados tipos de público e que nem por isso subestimem a inteligência dos espectadores; na mostra Venturas há filmes que consideramos que tem um grau de risco maior; e na mostra Horizontes há filmes que traçam um panorama mais amplo do cinema brasileiro contemporâneo, englobando várias tendências estéticas”, explicou Francis.

Além da exibição de filmes, a Mostra de Cinema de Ouro Preto será palco de 21 encontros para debates e discussões sobre educação, preservação, estéticas e Cinema Patrimônio. O evento receberá nesse período o Encontro Nacional de Arquivos e o VI Fórum da Rede Kino.

O Cine Festivais estará em Ouro Preto para realizar a cobertura da 9ª CineOP.

 

Serviço

9ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto

Data: De 28 de maio a 2 de junho de 2014

Locais: Centro de Artes e Convenções (Rua Diogo de Vasconcelos, 328 – Pilar – Ouro Preto – MG), Cine Vila Rica (Praça Reinaldo Alves de Brito, 47 – Centro – Ouro Preto – MG) e Praça Tiradentes

Mais informações em: http://cineop.com.br/

Programação gratuita

Entre em contato

Assinar

Siga no Cine Festivais